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sábado, 3 de agosto de 2013

Nossos rivais e as ciladas armadas pela ganância


Hoje não vou escrever sobre o Corinthians. Não sei se vocês gostam dos meus textos sobre outros assuntos, mas, paciência. O nosso jogo é só amanhã, meus outros posts estão inacabados e eu não podia deixar de comentar o que aconteceu com nossos queridos rivais nesses últimos dias.

Mais do que simplesmente aproveitar o momento, escrevo com um sentimento parecido com o de DESFORRA. É, algo parecido com isso. Não apenas pelo que ouvi nas últimas semanas, sobre como seria "glamouroso" Santos e São-Paulo excursionarem pela Europa, como eles são reconhecidos e coisa e tal; mas também por todas vezes em que nosso Corinthians protagonizou momentos vergonhosos e tive de ouvir os mais absurdos impropérios. Chegou minha vez de falar!

E antes que você, anti, me xingue por conta dos próximos parágrafos, vá ao topo do blog e leia: FIEL CORINTHIANO. É, o blog não é para você. Continuar a leitura será um risco SEU, e de mais ninguém.

Por mais que eu ache que até você (!) vai concordar com algumas das minhas próximas palavras...

Enfim. Estava eu no Facebook, pouco depois da derrota do Santos, e me deparei com o seguinte status:


Legal, uma forma de levantar o ego do torcedor ferido, MAS... não é bem assim. E todos sabem disso.

Santos e São Paulo não foram convidados assim DO NADA pra esses torneios. Eles foram espertos. E muito gananciosos, só que (muito) fora de hora.

Sabemos que a CBF é rigorosa quando se trata de liberar clubes brasileiros para amistosos no exterior. Sentimos isso na pele quando não fomos liberados para disputar o Troféu Santiago Bernabéu, contra o Real Madrid em 2010.

Mas então, como que nossos rivais conseguiram partir pra esses jogos?  Bom, um time de cada vez.

Desde dezembro do ano passado, o São Paulo tem um compromisso marcado no Japão: a Copa Suruga Bank. É um torneio disputado entre o campeão da Copa Sul-Americana e o vencedor do Campeonato Japonês. Ela é disputada desde 2008.

Não se trata de um torneio amistoso: é uma competição OFICIAL que consta do calendário FIFA. Portanto, o São Paulo não foi "convidado" a disputá-la, mas INTIMADO. Era obrigação da CBF liberar o clube.

O que ocorreu depois disso, foi fruto da esperteza (e ganância) dos cartolas tricolores. E um pouco de leniência da CBF, admito. A entidade liberou o São Paulo das obrigações no Brasileirão entre 31 de julho e 7 de agosto por conta da "logística para a Copa Suruga". Só que, ao invés de o clube viajar direto para o Japão, para treinar e se preparar para o duelo, eles resolveram aproveitar o passe-livre para ir à Europa, ganhar algum troco (e visibilidade internacional) disputando primeiro a Copa Audi, depois a Copa Eusébio.

Só que isso ocorreu em meados de maio (veja essa notícia de 11/05). Antes mesmo de o Brasileirão começar. Naquele momento, o time era o então semifinalista derrotado do Campeonato Paulista, um time instável, sim, mas forte. Ninguém imaginava que, menos de três meses depois, a equipe chegaria em Munique com outro técnico, há 12 jogos sem vencer, quatro desses sem sequer fazer gol.

Mas foi nessas condições que o SPFC enfrentou o Bayern, atual campeão europeu. Perdeu. E depois jogou contra o Milan. E perdeu. E hoje vai jogar contra o Benfica, na Copa Eusébio. Palpites?

Resultado: o que deveria ser uma excursão para alavancar o prestígio do time, valorizar a marca, se transformou em motivo de piada:


Parabéns, Juvenal. Planejamento nota 10.

Já o caso do Santos, bem...

Quantos de vocês têm amigos santistas que, nesses últimos jogos do Brasileirão, encheram a boca pra falar que a terceira geração dos Meninos da Vila tinha chegado? Fazendo apostas sobre qual dos garotos seria o herdeiro de Neymar?

Talvez tenha sido baseado nessa confiança exacerbada que a diretoria santista resolveu incluir dois amistosos contra o Barcelona como parte do acordo de venda do craque.

Só que não tratou-se de confiança. Mas sim de ganância pura. Afinal, o Brasil é a terra do "jeitinho"... e o Conselho Gestou santista usou de todos os jeitinhos possíveis para que a DIS levasse o balão mais histórico do futebol brasileiro: recebeu 25% sobre meros € 17 milhões e ficou a ver navios sobre outros tantos milhões, dos acordos "anexos" entre Santos e Barça. E esses amistosos foram inclusos nessa conta.

Agora eu peço que façam comigo o seguinte raciocínio: você dirige um time que tem um craque. Você SABE que, sem esse craque em campo, seu time tem aproveitamento pior do que de time rebaixado.

Então você vende esse craque, que faz seu time se transformar em campo. E faz o quê? Marca dois amistosos contra um dos times mais vencedores da nossa geração, campeão de tudo o que disputou. Minha pergunta é: você pensou no que poderia acontecer nessas partidas? Ou só estava interessado em dar uma volta no investidor?

Se o Santos tivesse simplesmente sido convidado a disputar o Troféu Joan Gamper, assim, do nada, o responsável seria declinar do convite. Ocorre que esse convite foi solenemente COMPRADO pelo Santos, e agora precisava ir lá na Espanha, receber o produto da compra. O confronto se tornou inevitável.

O resultado, nós vimos. O que deveria ser uma viagem legal, pra dar uma alavancada na marca, dar experiência aos garotos que tentam reerguer um time machucado pela venda da sua referência em campo, se transformou num achaque sem precedentes no futebol moderno. Uma goleada só vista na era amadora do futebol. Uma humilhação difícil de entender.

Me condenem, critiquem, FALEM O QUE QUISEREM MAS pra mim, é difícil ver o time que lutamos pra derrotar na final do Paulista levando de 8x0 da forma que foi. O Barcelona ganhou semana passada de 7x0 do Valerenga (Noruega), e nós sabemos que o Santos tem história demais pra ser comparado a um VALERENGA da vida.

E então, o time que um dia teve Pelé virou motivo de piada para o Tahiti:


Por mais que eu tenha todos os motivos do mundo pra achar graça da situação, sinceramente, não tenho. Os rivais ajudam a engrandecer nossa história, quanto piores eles estão, pior é a imagem que nosso futebol mostra lá fora.

A pergunta que fica aos cartolas santistas e são-paulinos é: a grana arrecadada com esses amistosos compensou a vergonha? Toda essa ganância realmente VALEU A PENA?

LAOR, Juvenal, eu quero meus rivais de volta! Dá pra ser?

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