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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O Corinthians precisa recuperar a vontade de vencer

ANTES DE TUDO, o post está longo. MUITO longo. Desculpem por isso... mas leiam tudo, pra que consigam comentar em cima de todo o meu raciocínio, beleza? ^^

 
Fala Fiel!

Vou aproveitar a  brecha aberta pelo post de ontem. do Natã, pra também fazer uma pequena análise / desabafo /sobre nosso time, e o sofrimento que ele tem causado à Fiel.

Quem acompanha o Corinthians com alguma atenção - e uma boa dose de realismo - sabe que torcedor é volúvel. Um pouco bipolar. E torce com um quê de histeria que só outro corinthiano identifica - e entende.

Não vou me tirar dessa roda... fica difícil mesmo, não entender alguém que achasse, após a derrota para o Luverdense, que o Corinthians chegara ao fundo do poço e só uma grande mudança faria o time engrenar. Da mesma forma, quem não se empolgou com a goleada contra o Flamengo, no último domingo? E quem não voltou a se frustrar, com toda a força do mundo, após o empate com o Náutico, em pleno Pacaembu???

No entanto, novamente, quem acompanha o Corinthians com alguma atenção tem que admitir que, na atual temporada, as boas exibições do Corinthians são muito mais exceções do que regra. Especialmente o 4x0 cntra o Flamengo, aliás... foi um jogo ocorrido num domingão, aniversário do clube, estádio lotado, jogando contra um rival que tinha vários ex-jogadores... eu mesmo falei para alguns amigos: tinha certeza de que o Timão iria jogar muito. Porque quando esse elenco quer jogar, ele joga!

SÓ QUE infelizmente, depois desse jogo, voltamos à mediocridade de antes, e em 3 jogos, conquistamos 1 ponto - e não fizemos nenhum gol (277 minutos, pra ser exato). Ainda assim, aqui no blog mesmo eu já declarei que entendo, ainda que com um grau de resignação. Mas penso que nosso atual elenco deve ter uma forte sensação de que já provou tudo o que tinha a provar, e por isso não consegue jogar sempre com seu potencial máximo. Aliás, até mostra, só que apenas na base da pressão.

Deixo claro: não concordo com isso, e é apenas uma teoria, claro. Mas todos no Parque São Jorge fazem, volta e meia, citações sobre como o Corinthians "encerrou um ciclo" com os últimos títulos... afinal, o que resta a vencer depois que se conquista um Mundial? Depois de ganhar todos os títulos possíveis nos últimos anos? Pra alguns jogadores, é como se o "natural" fosse recomeçar. E quem disse que recomeçar é fácil?

E na real, torcida, algo tem me incomodado MUITO MAIS do que o mau futebol do time: é a postura da equipe em campo... ver o time jogando muito abaixo do que sabemos que ele pode jogar. E pior, não se preocupando muito em melhorar...

Por exemplo, a partida contra o Luverdense. O ideal teria sido ir com um time misto, que certamente comeria a bola. Mas não, quiseram ir com praticamente o time todo titular. E o que ocorreu? Presenciamos um Corinthians sem perspectiva, sem incetivo em campo, confundindo catimba com excesso de faltas, e tendo DOIS jogadores expulsos, um deles por causa de um bate-boca completamente evitável (né Sheik?).

Antes disso, já tivemos aquela constrangedora situação contra o Santos, quando o Paulo André foi expulso e o Gil se deu ao trabalho de bater boca com o moleque do Neílton!

No jogo contra o Flamengo, ainda que o tenhamos atropelado, fizemos três vezes mais faltas. Se não me engano, foram 21 no total. Pra que isso?

Contra o Inter, foi a mesma coisa: o Corinthians foi ansioso, o jogo teve mais de 40 faltas, o Tite foi expulso, e pior: DOIS jogadores foram amarelados POR RECLAMAÇÃO, sabendo que o time já contava com outros dois importantes desfalques no ataque!!!

Sem medo da reação de vocês, afirmo: os últimos jogos do Timão têm me lembrado um pouco algumas partidas traumáticas para toda a Fiel torcida. NO ASPECTO EMOCIONAL, deixo claro. Por exemplo, o jogo de volta das oitavas-de-final da Libertadores-2006. 

Começamos bem, sufocamos o River Plate, fizemos 1 a 0 (resultado que nos classificaria), mas depois do gol contra do Coelho, a equipe simplesmente desmoronou. Parou em campo, começou a bater, tomou a virada e o terceiro gol e o jogo quase acabou em tragédia.

No Corinthians do rebaixamento de 2007, isso ocorreu várias vezes: sem confiança, ou o time tentava segurava um empate mas acabava perdendo (contra o Náutico, por exemplo...) ou chegava a marcar, mas não segurava a vitória e empatava ou perdia. 

Em 2008, fizemos uma campanha exemplar na Copa do Brasil, acabamos com o Sport no Morumbi, mas tomamos um gol no fim graças à desatenção da defesa, e perdemos o título em Pernambuco com uma atuação irreconhecível.

ENFIM! O meu ponto é que um dos maiores méritos do Corinthians nos últimos anos foi ter conquistado a frieza necessária pra atuar com confiança, com segurança. E assim vencer as partidas sem fazer muitas faltas e, sobretudo, sem sofrer tanto. Tanto que o time chegou a conquistar prêmios de fair play - isso ocorreu na Libertadores de 2012, por exemplo. E olha que a Libertadores é conhecida por ser pegada, violenta.

O que vemos nesta temporada é o inverso disso. O Corinthians aceita o jogo dos adversários, não consegue se impor em campo por vontade própria. Apenas quando está  pressionado por maus resultados ou pela torcida - ou pelos dois. Aí sim, voltamos a ver o time que encantou nos últimos anos.

Isso ocorreu nos 3 a 0 contra o Tijuana, no Pacaembu. Contra o Santos, no jogo de ida da final do Paulista. Nos dois jogos da Recopa, contra o São Paulo. E na goleada contra o Flamengo. Sempre após uma série de resultados fracos ou medianos, que refletiam em críticas e pressão da torcida sobre o Tite e alguns (muitos) atletas.

Para mim, a solução para isso não passa somente pela questão técnica. O esquema tático não é o único responsável nem por vitórias nem por derrotas. Para mim, o fato de os jogadores conseguirem mostrar um futebol sensacional, quando pressionados, é uma mostra de que o maior problema é a inteligência emocional do elenco. E isso também é de responsabilidade da comissão técnica.

É necessário que os atletas saibam que não basta entrar em campo. E que, em campo, afobação não substitui raça. A torcida nota - e reconhece - quando o time mostra vontade de vencer.

Mas se o próprio técnico acaba se exaltando e é expulso de campo, o que os jogadores não vão achar que podem fazer? Vira tudo uma festa.

Antes de pensar em qual tática pôr em campo, Tite deveria voltar a equilibrar o nível emocional do time. Sem esse equilíbrio, o elenco nunca mais voltará a mostrar a mesma vontade de outrora. E até mesmo o G4 será uma meta inalcançável... 

Sinceramente, atletas: pra jogar sem vontade, por favor, nem joguem. Prefiro ver os reservas em campo. Ou mesmo os juniores. Não há nada mais importante do que mostrar, ao menos, vontade em campo. A vontade de jogar faz milagres em campo.

Nossa atual situação é muito estranha. Ver o time em crise, mas em quinto lugar no Brasileiro, é no mínimo algo heterogêneo. Tudo anda muito bem, mas também muito mal. Há motivos para reclamar de tudo, mas também há motivos para dar um voto de confiança.

E talvez esse seja o maior problema de todos. Quem sabe, se a equipe estivesse lá embaixo na tabela, o choque de realidade não seria maior?

Afinal, se o Corinthians depender do aniversário do clube pra ver os jogadores com vontade em campo, a Fiel está perdida... pois sofrer é bom, mas masoquismo já é demais.

Vai Corinthians!

Um comentário:

  1. Recuperando só a vontade de jogar metade do que jogavam, já tá excelente!

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