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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Tá faltando tolerância pra torcida corinthiana?


Fala Fiel!

Escrevo esse post exatamente depois de o Corinthians ganhar do Grêmio e acabar com o jejum de vitórias (e de gols). Mas não vou me esticar muito na análise, pois o Icaro já fez o pós-jogo, que você pode ler aqui.

A intenção desse post é outra: quero falar com vocês sobre o Tite, e seu trabalho. Muitos têm sérias ressalvas com nosso técnico, mas confesso: não compartilho com muitas das críticas que a torcida tem feito.

Sendo assim, escrevo pra gente pensar. Sei que muitos dos que leem meus posts gostam de argumentar, debater. E gosto disso... é o debate que enriquece as ideias!

Então, vamos logo à pergunta desse post: a insatisfação por alguns jogos problemáticos do Corinthians devem falar mais alto do que o seu atual momento histórico?

Pergunto isso pelo seguinte: analisando todo o histórico do Tite, suas virtudes e conquistas falam bem mais alto do que seus defeitos e fracassos (alguém discorda?). E essa é a marca de muitos treinadores que fizeram história no futebol mundial. Alguns treinadores ficaram por décadas em um mesmo clube, conquistando poucos títulos e passando por enormes jejuns, e ainda assim são idolatrados pelos torcedores; alguns chegam a possuir estátuas em sua homenagem.

O que marca um técnico em um time? O tempo que dirigiu a equipe? Os títulos conquistados? Mais importante: até onde vale a pena tolerar esse treinador, ainda que tenha defeitos ou que seu trabalho tenha questionamentos?

Que técnico vai para o meio da torcida terminar de ver um jogo decisivo do seu time? Épico!
Para falar disso pesquisei oito treinadores. Cada um deles fez história, à sua maneira. Quer conferir?

O primeiro é corinthiano, o maior treinador da nossa história: Oswaldo Brandão. Ele passou pelo Corinthians por cinco vezes e dirigiu a equipe por 11 anos. Ele venceu quatro troféus, em duas dessas cinco passagens. E mesmo com o número pequeno de conquistas, é nosso ídolo.

Na Europa, existem vários exemplos. Me detive em alguns.

O primeiro é Sir Matt Busby, que ficou 24 anos no Manchester United (1945-69). Nos 11 primeiros anos de clube, ele conquistou DOIS títulos. Sobreviveu a um acidente em 1958 que matou várias promessas do clube inglês, e depois disso ainda passou por outro jejum de OITO ANOS sem conquistas. Na sua carreira, foram sete títulos. Em 24 anos.

Agora analisem o caso de Guy Roux, um francês que dirigiu o Auxerre (FRA) entre por 44 anos (!), entre 1961 e 2005. Nos primeiros 19 anos, foram DOIS títulos. Depois disso, mais 14 ANOS até ganhar mais um título de expressão. No total, foram 12 taças.

Vamos falar agora de Brian Clough, que ficou de 1975 a 1993 no Nottingham Forest (ING), são 18 anos. Foi ele o técnico do Nottingham bi-campeão europeu, em 1978/79 e 1979/80. E depois disso, sabem quanto tempo demorou até o troféu seguinte? NOVE. Quando deu adeus ao clube inglês, ele tinha 11 títulos nesse prazo.

Thomas Schaaf acabou de sair do Werder Bremen (ALE), onde estava desde 1999 (14 anos). Conquistou a Copa da Alemanha naquele mesmo ano, mas depois disso ficou cinco anos sem troféus. Venceu outros torneios, mas saiu do clube com um novo jejum, pois desde 2009 seu time não é campeão.

Há ainda um treinador que até hoje segue no seu clube: Arsene Wenger. Ele treina o Arsenal (ING) desde 1996, ou seja, há 17 anos. Começou de forma arrasadora, conquistando 11 troféus até 2005. De lá pra cá, nada. O jejum já dura oito anos.

Os dois últimos destoam dos demais por terem conquistado muitos títulos, mais do que um troféu por temporada. E realmente, são duas lendas do futebol: Sir Alex Ferguson no Manchester United (ING) e Carlos Bianchi no Boca Juniors (ARG). Eles estão aqui nessa pesquisa para servirem de parâmetro.

Resumi a carreira desses técnicos nos quadros abaixo. Confira:


Esse outro quadro mostra dois cálculos: a média de títulos desses treinadores, e o maior jejum de títulos que eles já passaram nos clubes citados:


Depois desses dados, ficam as perguntas. Me ajudem a respondê-las, vamos conversar!

- O que impede um treinador, no Brasil, de permanecer em um mesmo clube por 10, 15 anos? O que poderia ser feito pra mudar isso?

- Técnicos como Arsene Wenger, Guy Roux e Matt Busby, hoje idolatrados pela torcida, passaram por grandes jejuns de títulos. Eles permaneceriam em seus cargos, se esses times fossem brasileiros? 

- O Tite é importante para o Corinthians como esses treinadores são para esses clubes (Guardadas as proporções, claro)? Se não é, o que falta pra ser?

- Tá faltando tolerância pra torcida corinthiana? 

Lembrem-se: sou um torcedor, como vocês. Nem melhor, nem pior. Isso aqui é apenas um post de blog onde apresento minhas pesquisas e opiniões. Não custa manter a educação!


3 comentários:

  1. Parabéns Pelo Post, e Fiquei extremamente feliz por encontrar quem partilhe de meu... ( Não vou nem chamar de Opinião) mas Sentimento em Relação ao Nosso Treinado e o Momento que Vivemos.

    TEMOS A OPORTUNIDADE DE SER UM DIVISOR DE ÁGUAS NO FUTEBOL BRASILEIRO, já não consigo imaginar o Corinthians entrando em campo com um outro treinador, e muito menos imagino se há alguém a altura. ele é o maior de Nossa história, e tem tudo, para se tornar o Maior da História de Nossa País.

    Falta Um Pouco daquilo que sempre nos orgulhamos, e batemos no Peito para defender.
    "CORINTHIANO NÃO VIVE DE TÍTULOS, VIVEMOS DE CORINTHIANS!"

    O TITE é Um Mito, E Desejo, Vida Longa No Corinthians.

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  2. Gostei... por mais que o Tite, tenha algumas ideias estranhas ele é um ótimo treinador e nos trouxe muitos títulos

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  3. Acho que, principalmente no Brasil, ainda não tem essa cultura de manter técnicos por anos e anos.
    Isso se deve a pelo menos quatro coisas:
    1) Técnicos despreparados. Muitos conhecem de tática e técnica, mas não conseguem levar o time na questão do ego entre os jogadores e tb com relação à motivação desses mesmos jogadores.
    2) Dirigentes despreparados. Eles acham que se cair o rendimento, a troca de técnico pode recuperar o ânimo tanto pra torcida quanto pros jogadores.
    3) Ambição dos técnicos. Seleção brasileira e Europa são os grandes objetivos de qualquer treinador.
    4) Torcida impaciente. Quando o time deixa de ser competitivo, a torcida pega no pé, e aí fica difícil manter o treinador.
    O atual estágio do Corinthians mostra que estamos com 2 desses itens: técnico e dirigentes preparados. Quanto à torcida, apesar das críticas, AINDA estamos em lua-de-mel com o treinador, pois estamos com um time muito competitivo, apesar de o rendimento não estar como o de 2012.
    As críticas sempre existirão, mas a ponto de tirar um técnico, ainda não chegamos a esse estágio.
    O problema maior acho que é com relação à ambição do treinador. Acha mesmo que ele recusaria uma seleção brasileira após a Copa? Minhas apostas é de que depois do Felipão, Tite será o cara.
    Outra, se vier uma proposta da Europa, é bem provável que ele saia. Até rolou uns boatos da Inter de Milão, mas acho que foi só uma sondagem. O problema é que técnico brasileiro nunca deu certo por lá. Salvo engano, só o Felipão com a seleção de Portugal.
    Acho que o Tite pode se tornar um técnico com uma permanência de 15~20 anos, mas vai depender desses fatores acima.
    Ele já é um ídolo da torcida corinthiana, não tenho dúvidas! Tenho 35 anos e nunca tinha ouvido a torcida gritar tanto o nome de um treinador (só o Osvaldo de Oliveira por um tempo, mas era sabido que ele não era, nem de longe, unanimidade).

    Bom, é isso!

    Parabéns a todos os blogueiros pelos posts!

    Abrass e VAI CURINTIAAAAAAAAAAAA!!!

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