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terça-feira, 18 de junho de 2013

Quando jogar por amor é o bastante

Esse texto devia ter sido postado ontem, mas não consegui conclui-lo... espero que gostem, apesar de não ser sobre o Corinthians e de estar atrasado.



O marco mais importante do futebol mundial não é, a meu ver, um título inesquecível, ou uma partida espetacular. Afinal, se lá na década de 1930, o movimento de profissionalização não tivesse ocorrido, nada do que houve depois teria sido da forma que aconteceu. 

Como imaginar jogadores sendo comprados e vendidos como produtos, e por TANTO dinheiro? Como supor que seria possível viver de futebol, se hoje em dia o esporte ainda fosse amador? Fácil: não seria. Todos os atletas jogariam nas horas vagas, e muito provavelmente o futebol não teria a repercussão que tem. Nem o futebol, nem os clubes, nem os jogadores. Que mundo estranho, seria esse.

Mas, há algo que também mudou, e muito, do futebol de 1930 para o de hoje. E é algo que não tem nada a ver com dinheiro, mas com sentimento: o amor ao esporte está morrendo.

Isso fica claro em partidas como a de hoje, entre Nigéria e Taiti. Sim, eu sei que esse blog é corinthiano MAS valia a pena falar do assunto.

Fala sério, quem não torceu com todas as forças para que o Taiti fizesse um gol no jogo de hoje? Quem aí não comemorou o gol deles no segundo tempo quase como se fosse do seu próprio time?


E isso tem um motivo, meus caros: a garra que essa seleção mostrou em campo foi invejável. Um time formado por um jogador profissional e tantos outros desempregados, professores e profissionais das mais diversas áreas, enfrentou de igual para igual uma Nigéria forjada em clubes profissionais... com vários jogadores atuando na Europa, alvo de investimentos milionários. 

SIM, eles perderam, e feio. Foi nada menos que 6x1 contra. Vários gols sofridos por pura inocência e deficiência técnica. Mas, eles se importaram? Deixaram de correr? Abaixaram a cabeça? Eu não vi!

Enquanto estiveram em campo, eles encarnaram a verdadeira essência do esporte, que não está no resultado, mas sim no esforço da disputa. O importante é competir, e o nosso futebol mercantilizado e comercial de hoje em dia nos faz esquecer - ou mesmo desprezar - isso.

Não sou um sonhador. Eu sei que, se os jogadores taitianos tivessem a oportunidade, jogariam na Europa. Se algum sheik qualquer resolvesse investir no país, a liga taitiana cresceria e perderia um pouco dessa "essência". Mas, não deixa de ser mágico perceber que, ainda hoje, é possível encontrar no futebol profissionais uma seleção inteira que joga simplesmente por amor.


Porque às vezes, jogar por amor é mais do que o bastante.



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