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segunda-feira, 8 de maio de 2017

Jadson, Bolsonaro e a história corinthiana

Ganhar ou perder, sempre com democracia (Foto: Divulgação - Corinthians)
Não é de hoje que política e futebol se misturam. Na década de 70, a vitória da seleção foi usada pelo governo militar para aumentar sua popularidade. Hoje em dia, é comum ver ex jogadores e cartolas em cargos de vereador, deputado e até mesmo de senador. É importante que jogadores de futebol reconheçam a importância social e a relevância que suas declarações têm perante aos torcedores do seu clube e também aos torcedores rivais, mas dois casos chamaram a atenção recentemente no mundo do futebol: as entrevistas do meia corinthiano Jadson e do volante palmeirense Felipe Melo declarando seu apoio ao pré candidato à presidência do Brasil Jair Bolsonaro. Casos como esses nos fazem refletir sobre o papel social do jogador de futebol. É saudável que os atletas de expressão não se resumam, ao se expressar, às respostas protocolares sobre táticas, treinos e conquistar os três pontos?

Bom, antes que digam que os dois têm o direito democrático de expressarem suas inclinações políticas, cabe também lembrar que ao serem figuras públicas, todas as suas declarações são passíveis de uma análise. A democracia se dá no livre debate. Existem possíveis candidatos a presidente das mais diversas orientações politicas, e não existe a ideologia correta, mesmo sendo a que você apoia. Mas todas devem respeitar os direitos humanos e a democracia. Deveriam, pelo menos.

Em primeiro lugar, a crítica aqui não é sobre qualquer ideologia política que os dois venham a ter. A crítica é sobre especificamente quem Jadson e Felipe Melo estão apoiando. Jair Bolsonaro já defendeu diversas vezes - e sem nenhum rodeio - os militares e torturadores da ditadura; já fez reverência ao Coronel Brilhante Ustra; já fez apologia ao estupro; já liderou um movimento de militares e ex militares para atrapalhar a Comissão da Verdade, que buscava investigar as violações dos direitos humanos no período de governo militar. O candidato também é conhecido por suas muitas declarações homofóbicas, racistas e xenofóbicas. Tá, mas e o que o Corinthians tem a ver com a declaração de Jadson?
Um dos momentos marcantes da história corinthiana (Divulgação Corinthians)
Jadson sempre disse ser corinthiano, inclusive até rejeitou propostas melhores para voltar ao clube alvinegro no início de 2017. Por ser um torcedor, presume-se que Jadson conheça a história do clube que diz amar. O Corinthians sempre se mostrou um clube de vanguarda social, foi fundado à luz de um lampião, por operários que primavam por um ambiente de lazer e diversidade cultural. 

O Corinthians nasceu para ser a voz do excluídos, para dar alguma alegria, efêmera que fosse, a todos aqueles que eram esquecidos e silenciados. Árabes, espanhóis, italianos, portugueses e tantos outros que chegavam no Brasil, viam no clube do Parque São Jorge uma representatividade. Negros que durante muitos anos eram rejeitados pelos clubes, viram no Corinthians a chance de poder jogar futebol e de alguma maneira ser tratado igualmente aos outros. De modo geral, toda a população mais pobre tinha no Corinthians a oportunidade de jogar futebol, que até então era praticado em clubes fechados e para a elite. 

O Corinthians ousou se posicionar contra o regime ditatorial, tão saudado pelo próprio Bolsonaro, e entrou em campo com uma faixa pedindo "diretas já" e chamando os brasileiros para votarem pela volta do regime democrático.


Declarando o voto ao deputado federal do PSC, que só aprovou um projeto durante seus mais de 20 anos de mandato, Jadson escarra na história de importantes figuras corinthianas e do próprio clube que defende. Imagino como Dom Paulo Evaristo Arns veria isso, ou como Dr. Sócrates teria lidado com o fato de que um jogador, que assim como ele era o referencial técnico do time em sua respectiva época, está apoiando um candidato fascista que se opõe a tudo que o Corinthians é.

Jadson, estude um pouco mais sobre a ideologia que você avaliza através de seu voto, e procure respeitar mais a história do clube que paga o seu astronômico salário. Espero sinceramente, que seja apenas um erro (de grande proporção) que você cometeu, e que até 2018, você possa perceber o absurdo que disse. No mais, espero que a torcida corinthiana saiba que o jogador estar em boa fase dentro de campo, não o exime de críticas pelas atrocidades que defende fora dele.

10 comentários:

  1. #Bolsonaro2018

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  2. Você que deveria estudar um pouco mais amigo. Já que esta criticando o Jadson por apoiar um politico que não tem a mesma ideologia que a sua. Ou para Você democracia só acorre quando as pessoas apoiam as ideologias que você apoia? Pesquisa no Google sobre Gramsci e a escola de Frankfurt... O Pior cego é o que não quer ver... Vai Corinthians!!!

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    1. Preconceitos e discurso de ódio não são ideologias, portanto não merecem ter o mesmo tratamento.

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  3. Amigo, não existiu ditadura! Não faça de uma página de um clube de futebol a SUA opinião sr "colunista"!Torturadores? Como assim cara?! Servi 4 anos o Exército e a quantidade de militares Corinthianos é enorme! Você usando o nome do Corinthians, os representam também. Então se você foi contra os militares, você apoiou terroristas armados e ctz hj, sofreria em uma verdadeira ditadura! Lula apoia Maduro, você vê o caos que está na Venezuela?! Porra cara, acorda!!! Não misture as coisas! Sou Corinthians, pago meu sócio e não pago pau pra ladrão nenhum! Sou milico, sou Bolsonaro e Vai Corinthians!!!!!Parabéns Jadshow 10!!!

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    1. OK, anotado. Só posso lamentar.

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    2. Anota ae quando a casa cair o escandalo da Arena Corinthians vir a tona vao ver se voce vai pensar dessa forma sobre o petista Andres e o Luladrao !

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  4. Falou tudo. Bolsominions corinthianos, pensem com carinho em mudar de time. Talvez pro time do ídolo de vcs, a porcada. Corinthians é povo e é democracia.

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    1. Voces esquerdistas que devem trocar de time, ficam idolatrando corruptos de nove dedos que fudeu o Brasil na década passada e assim manchando a reputacao do nosso timao.
      E idaí que Bolsonaro é palmeirense, nao julgo pessoas pelo time que torce, o cara é honesto, luta pelos bons costumes, cristao, conservador, armamentista, anti-aborto, anti-drogas, contra o comunismo, defende a liberdade economica, a favor da reducao da maioridade penal e ele apenas reconhece a importancia que foi o regime aquele tempo para nao nos tornarmos comunistas, porem eu nunca o vi defender a volta desse regime.

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  5. Sem duvida nenhuma lamentável a declaração do Jadson, mas mais triste é ver esses muitos corinthianos apoiando o boçalnaro. Se conhecessem a história do Corinthians e entendessem a essência do que é ser do Time do Povo jamais apoiariam qualquer vertente política que dê margem ao fascismo. Mas isso é reflexo da educação nacional, se povo tivesse o mínimo de conhecimento sobre história lixos como bolsonaro não seriam nem eleitos e não leriamos asneiras como essa do Anônimo 22/05/2017 23:15

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  6. Cara, com todo respeito, estudar é fundamental e, tão importante quanto, é estudar a história por diversos pontos de vista. O que está faltando em seu post é compreender que o Bolsonaro não está oferecendo um novo regime de ditadura, como assim diz a "história" contada no Brasil, mas um governo Democrático mais voltado à princípios econômicos de Direita.
    Como o mesmo candidato já mencionou, a mídia relembrou, apoiadores da esquerda reforçam, o Bolsonaro é militar, mas já filiou-se a partidos de outras frentes, como PDC, PPR, PTB, PFL, PP e outros. Esse discurso segregatório e antidemocrático de que corintiano não pode votar aqui ou ali é mais que ditatorial em sua base.

    Analise a proposta política de cada candidato, seja menos partidarista, abra a mente e analise os prós e contras, as forças que estão conduzindo o país e escolha o SEU candidato. Do mais, deixe a democracia resolver.

    Abração!

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