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sexta-feira, 17 de maio de 2013

O preço da desunião


Acho que vai ser a segunda ou terceira vez em mais de 10 meses que vou escrever sobre algo que NÃO tem a ver só com o Corinthians. O que é um problemão quando vou debater o tema do post com os antis, porque a maioria deles acham que, por eu ser corinthiano, não sei tratar os assuntos com imparcialidade. Minha tranquilidade é saber que, quem me conhece, sabe da seriedade com que trato minhas palavras.

Enfim.

Hoje as oitavas-de-final da Libertadores acabaram, e as quartas estão definidas. São elas:

Atlético-MG (BRA) x Tijuana (MEX)
Newells's Old Boys (ARG) x Boca Juniors (ARG)
Real Gsrcilaso (PER) x Santa Fé (COL)
Olimpia (PAR) x Fluminense (BRA)

Algumas coisas chamam a atenção:

1 - Apenas dois times dos oito acima já foram campeões da América: o Boca Juniors, que tem seis troféus, e o Olimpia, tricampeão;

2 - Já com relação aos oito eliminados nas oitavas, nada menos do que SEIS já foram campeões continentais. Juntos, possuem 11 títulos;

3 - Dois times que estão nas quartas estão ESTREANDO no torneio. Um deles (o Real Garcilaso) foi fundado há apenas três anos; o outro (Tijuana) tem somente seis anos de vida;

4 - Quatro brasileiros foram eliminados nas oitavas, acabando com a expectativa quase geral de uma final brasileira. E coincidência ou não, os quatro foram envolvidos em punições polêmicas da CONMEBOL ou em erros de arbitragem que variaram do exagerado (como a expulsão de Luís Fabiano) ao obsceno (como o assalto sofrido pelo Corinthians);

5 - Enquanto isso, em estádios pela América do Sul e México afora, sinalizadores eram usados a rodo, as brigas comiam soltas... e as punições? Uma multinha qualquer e pronto, tá em casa! Acho que só o Vélez levou uma punição extra-financeira.

Você pode pensar agora, será que eu acho que a CONMEBOL tem um complô armado contra time brasileiro? 

Não sei. Acho que não. Pois não é de hoje que o tratamento a clubes brasileiros é diferente. Cansamos de ver times brasileiros tendo que passar por cima das mais diversas adversidades pra seguir em frente... arremessos de objetos em campo, catimba pesada autorizada pela vista grossa da arbitragem... e erros. E mais erros. E mais erros ainda.

Nem vou falar nada sobre os que compartilham da opinião imbecil e cretina de que "os erros fazem parte do jogo". NÃO! NÃO FAZEM!

O que faz parte do jogo é ver o melhor vencer! É ver o futebol fazer sua justiça, que nem sempre é justa, mas que não pode NEM DEVE se fazer valer por outros meios QUE NÃO A BOLA.

E chega de falar disso. Vou ao ponto que interessa.

Essa Libertadores foi histórica por um aspecto: acho que foi a primeira vez em que o Trio de Ferro caiu em uma mesma fase. Cada um de uma forma, mas caíram.

Deu tempo pra todas as torcidas fazerem sua anti-festa. Dar mais valor à derrota do rival do que à sua própria vitória. Vitória que dessa vez acabou não vindo pra ninguém.

E muito por conta do amadorismo de uma entidade que, necessitando aparentar profissionalismo, errou a mão nas punições e praticamente admitiu que não tem material humano pra garantir arbitragens de qualidade em todos os jogos do torneio.

Ou não foi exatamente isso que declarou o novo presidente da CONMEBOL, ao defender a competição com 20 clubes ao invés de 38? Vamos relembrar? (Matéria completa AQUI)

"São 150 jogos (NR: disse de forma exagerada) e 150 quartetos de arbitragem. Mas temos muito pouco material humano qualificado. Então se observa um mal rendimento de um árbitro, quando muitos não estão capacitados. E não há tempo para buscar a excelência" 

Ou seja: eles sabem que os juízes são fracos e assumem o risco de que haja erros capitais. Como vem acontecendo seguidamente, e principalmente contra times brasileiros. 

Agora chego onde quero chegar: eu acho que isso ocorre por culpa NOSSA. Não nossa, da torcida, mas sim dos CLUBES. 

É isso ai: se a CONMEBOL faz os times brasileiros de reféns da sua incompetência, muito disso é culpa deles SIM! A CONMEBOL faz o que quer por conta da total falta de vontade política da cartolagem, de dar um basta nessa situação.

Fato: a América do Sul nunca foi sinônimo de união. Nem a criação da Copa Libertadores foi consenso na década de 1960. Quando se decidiu por incluir os vice-campeões no torneio, a CBD foi contra e boicotou algumas edições. Enfim: as picuinhas sempre falaram mais alto que o profissionalismo.

Mas, me diz, se nem dentro do Brasil - o país mais forte da Confederação - conseguimos uma palavra de consenso... se para os dirigentes, vale mais ser melhor que o rival do que disputar uma competição mais forte... como esperar que tenhamos uma palavra forte no torneio onde somente nós falamos português? Onde somos nós contra todos?

A Libertadores de 2013 ensinou uma coisa, de vez por todas: a CONMEBOL antipatiza com brasileiros. E quanto mais forte ficamos, mais a antipatia é clara. A cada edição que passa os times brasileiros são "forçados" a fazer campanhas irretocáveis pra ter chance de título, ou senão algo acontece.


Os times brasileiros estão pagando o preço por não cobrarem da CONMEBOL o torneio continental que nós merecemos disputar. Não cobram da CONMEBOL que ela seja a entidade da qual eles merecem fazer parte. E isso pois a briguinha entre vizinhos parece ser mais interessante. Só que não é.

ACORDA, CORINTHIANS! ACORDA, PALMEIRAS! ACORDA, SÃO PAULO!

Senão... Libertadores nunca mais... ou quase isso.

Um comentário:

  1. a começar pelos corinthianos que derrubaram clube ds 13 para ter um estadio

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