Corinthians volta a vencer uma disputa de pênaltis depois de quatro anos (Foto: Reprodução) |
O que se viu em campo, no entanto, foi um esforço enorme da equipe em quebrar essa marca. A sensação que ficou é que os jogadores deixaram o futebol em São Paulo e, em troca, só levaram na mala a ressaca pós-Carnaval. Em outras palavras: foi um jogo digno de uma Quarta-Feira de Cinzas, para nosso desespero e agonia.
Muito abaixo do que havia mostrado contra Palmeiras e Mirassol, o Timão passou o primeiro tempo apostando em uma forte marcação na saída de bola do adversário, o que se por um lado fez a equipe correr poucos riscos, por outro não possibilitou muitas chances a favor também. Demorou vinte minutos até que a primeira oportunidade real de gol surgisse, e ela veio dos pés de Maycon, finalizando de longe, para defesa do goleiro Rodolpho. Dois minutos depois, a segunda chance de gol corinthiana, em cobrança de falta de Fellipe Bastos - igualmente desperdiçada. O Brusque também teve seu momento, mas Ricardo Lobo parou em Cássio. Ao final do primeiro tempo, os números mostravam a má vontade alvinegra: 43% de posse de bola, apenas 87 passes trocados.
O segundo tempo começou no mesmo ritmo modorrento do primeiro - tudo o que a equipe de SC parecia querer. Aos 10, Jadson entrou no lugar de Fellipe Bastos, mas ainda sem ritmo de jogo demorou a engrenar. Aos poucos, porém, foi mostrando que, quando readaptado, pode ser um diferencial no meio-campo.
Foi de Jadson a primeira grande chance do Corinthians na segunda etapa, aos 30 minutos: Fagner lançou Romero pela direita, que dominou e passou para trás. Jadson chutou de primeira, direto no travessão. Seria um belo gol!
Jô entrou no lugar de Kazim e Giovanni Augusto substituiu Léo Jabá - que antes de sair perdeu grande chance após cruzamento de Fagner. Pouco depois, Jô quase marcou depois de um vacilo feio da defesa do Brusque, mas a bola subiu demais e foi para fora. Aos 45, na última chance de evitar os pênaltis, o juiz parou o lance ao marcar falta de ataque de Romero (inexistente). Fim de jogo sem gols.
Ninguém queria os pênaltis, e com razão: o retrospecto recente do Corinthians em penalidades é terrível. Quem ainda não se lembra de Palmeiras, Audax, Grêmio? Sem falar nas várias cobranças perdidas durante as partidas (oito de 17, desde a temporada passada)?
O Brusque começou batendo e marcou 1x0. Jadson, na sua estreia, chutou para fora e aumentou o sofrimento da Fiel. Os seis pênaltis seguintes foram para o gol, incluindo as cobranças corinthianas de Giovanni Augusto, Maycon e Fagner. Faltava uma cobrança pra cada lado, e o placar mostrava 4x3 para o time da casa. Era só João Carlos marcar e o Brusque eliminaria o Corinthians.
Só que o João Carlos bateu mal, muito mal, no travessão! Jô marcou e levou a disputa para as cobranças alternadas. A pressão acabava de mudar de lado. Na vez do Brusque, Carlos Alberto sentiu o peso e chutou para fora. Era só Romero marcar. E o paraguaio marcou 5x4 para o Corinthians, classificado para a próxima rodada, onde vai enfrentar o Luverdense nos dias 8 e 15 de março.
Foi merecido? Difícil dizer. O time foi mal? Com certeza. Pediu pra perder? MUITO. Mas ganhou, e junto com a vaga o Corinthians leva para São Paulo um grande aprendizado, nada novo mas que talvez tenhamos esquecido: o Campeonato Paulista NÃO É parâmetro. Ainda falta muito à equipe, especialmente do meio pra frente. Haja sofrimento!
Melhores momentos da partida
FICHA TÉCNICA: BRUSQUE 0 (4) X (5) 0 CORINTHIANS
Local: Estádio Augusto Bauer, em Brusque (SC)
Data: 1º de março de 2017, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Péricles Bassols Pegado Cortez (PE)
Assistentes: Marcelino Castro de Nazaré (PE) e Bruno César Chaves Vieira (PE)
Cartões amarelos: Eliomar, Carlos Alberto (Brusque); Gabriel, Giovanni Augusto e Fagner (Corinthians)
Pênaltis:
BRUSQUE: Jonatas Belusso, Willian, Eliomar, Ricardo Lobo
CORINTHIANS: Giovanni Augusto, Maycon, Fagner, Jô e Romero
BRUSQUE: Rodolpho; João Carlos, Cleiton, Neguete e Carlos Alberto; Mineiro, Boquita (Willian), Leílson e Eliomar; Ricardo Lobo e Jonatas Belusso. Técnico: Pingo
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel, Fellipe Bastos (Jadson), Romero, Maycon e Léo Jabá (Giovanni Augusto); Kazim (Jô). Técnico: Fábio Carille
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