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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Corinthians História: a primeira vitória internacional

Fala Fiel!

Hoje começo MAIS UM projeto no blog... espero que gostem!

Se chama Corinthians História e vai tratar de fato importantes da história do nosso Corinthians, contada pelos jornais da época!

Isso será possível pois os posts serão baseados em reproduções de jornais que hoje em dia estão digitalizados e disponíveis na Hemeroteca da Fundação Biblioteca Nacional; lá constam desde documentos históricos até mapas, jornais e revistas desde a época do Império até hoje! 

Um dia desses fazia um pesquisa qualquer para um blog e acabei caindo lá... resolvi fazer algumas pesquisas pra teste e descobri centenas, MILHARES de reportagens sobre o Timão, DESDE SUA FUNDAÇÃO! É um material FANTÁSTICO, viciante!

Então, a partir de hoje, pelo menos uma vez por semana, vou escolher um tema, pesquisar reportagens da época e dividir com vocês o que era falado do Corinthians pela antiga imprensa. Hoje, em homenagem à estreia do Corinthians na Libertadores, o tema será:

A PRIMEIRA VITÓRIA INTERNACIONAL DA HISTÓRIA DO CORINTHIANS

O primeiro jogo internacional do Corinthians ocorreu quatro anos após sua fundação, em 1914: foi uma derrota por 3x0 para o Torino, da Itália. A primeira vitória só viria anos depois, em 1929. O adversário foi  o Club Sportivo Barracas Bolívar, um dos maiores times argentinos da época junto com Boca Juniors e Racing Club. Nesse ano o Barracas fez uma turnê mundial, disputando jogos no Brasil, Portugal, Espanha e Itália, jogando ainda contra clubes como Barcelona, Roma e Juventus.

É essa a história que eu, ou melhor, o Correio Paulistano de 2 de maio de 1929 vai contar!

Observação: Se quiser ler a matéria original, faça download da imagem abaixo!

 
O Corinthians vence o quadro argentino após luta emocionante

Não erraremos ao afirmarmos que a peleja ontem travada entre o quadro do campeão paulista e o do clube argentino que disputou uma série de competições nesta capital foi a melhor de todos as lutas internacionais destes últimos tempos. É que o quadro paulista, atuando com uma desenvoltura notável, desde o início do concurso, em que pôs em cheque intermitente a baliza defendida por Diaz, e encontrando da parte dos adversários toda a heróica resistência que tornou o alvo da simpatia da generalidade dos "sportsmen" que afluíram ao longínquo campo do subúrbio da cidade. Realmente, o jogo executado pelo Corinthians foi além da nossa expectativa. Nunca se viu uma combinação tão apreciável, tão desenvolta quanto se mostrou a linha dianteira do campeão especialmente do primeiro tempo da junta.

***

O encontro teve início precisamente às 16 horas e 5 minutos, cabendo a saída aos dianteiros de São Paulo. Estes avançam resolutos, mas perdem a esfera para seus contrários. Os argentinos contra-atacam, sem felicidade, no entanto, pois Grané, com energia, soube repelir esses avanços.

Novos arremessos corinthianos, chegando os atacantes bem próximos ao posto dos platinos. Ratto recebe a pelota de Peres e atira rápido e rasteiro. Diaz detém a trajetória da bola e devolve a seus companheiros.

Os avanços do Corinthians se repetem a cada passo, provocando enérgicas intervenções do triângulo final dos argentinos. Estes conseguem, às tantas, neutralizar a ação do quadro paulista, e investem pela sua ala direita, sem resultados práticos, porém.

Luna escapa por sua vez e atira forte chute cruzado, que Tuffy detém, praticando sua melhor defesa dessa primeira parte da luta.

Os paulistas atacam com insistência e Gambinha emenda forte chute, que bate violentamente na trave do gol argentino, voltando ao campo.

A seguir, Diaz teve oportunidade de rebater um outro forte ataque de Ratto, que por pouco não alcançou a meta visada.

Poucos momentos depois estava concluída a primeira parte da luta.

No segundo tempo, logo no começo, os argentinos organizam um perigoso avanço, tendo Luna passado para a meia-extrema Rivarolli, que, com forte chute rasteiro, de rebatida do nosso goleiro, consegue o único ponto dos platinos.

A reação dos corinthianos não se fez esperar, organizando sua linha dianteira um poderoso avanço pela sua ala direita. Rodrigues fez um centro em ótimas condições, e Apparicio, aparando a bola, engana o "full-back" Cherro, e com forte chute, cruzado, e marca o primeiro ponto do seu partido.

Não esmorecem os ataques corinthianos, que agora passam a dominar francamente a situação. Os argentinos, por sua vez, escapam rapidamente, tendo Tuffy operado duas intervenções apreciáveis e de merecimento.

Os do Corinthians assediam a cada instante, e Ratto, em certo momento, aproxima-se da meta, fazendo um passe a Rodrigues, que fortemente alcança o posto platino, assinando o segundo ponto.

Estava ganha, por assim dizer, a partida.

Mas, os corinthianos prosseguem no seu ataque sistemático e intermitente, dando margem a que Ratto, nos sete minutos restantes, conquistasse, com inegável brilho, o terceiro e último gol de seu clube.

E a contagem dos três a um se firma, afinal, registrando-se por fim a vitória dos paulistas.

Barracas
Diaz
Cherro - Moyano
Clemente - Amadel - Celico
Simonsini - Rivarolli - Landolphi - Marrasi - Luna 


Corinthians
Tuffy
Grané - Del Debbio
Bastos - Amador - Nerino
Rodrigues - Ratto - Gambinha - Peres - Apparicio

Fonte: Hemeroteca da Fundação Biblioteca Nacional

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