Últimas

LightBlog

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Adeus, ano velho...


Danilo e Emerson Sheik se despediram do Corinthians no ano de 2018. Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians



Ao final de 2017, logo após o fim do Campeonato Brasileiro, se te perguntassem suas perspectivas para o ano de 2018 do Corinthians, você provavelmente responderia que esperaria algum título e uma campanha, no mínimo, decente no nacional.
Àquela altura, logo após o jogo Sport 1x0 Corinthians, no dia 03/12/2017, válido pela 38ª rodada do Brasileirão, apenas Guilherme Arana era certeza de que não estaria no elenco corinthiano em 2018. Ainda existiam negociações com o Bordeaux para a contratação em definitivo do zagueiro Pablo, Jô ainda não tinha se transferido para o Nagoya Grampus e contratações como Renê Júnior, Júnior Dutra e Juninho Capixaba (que pareciam boas, na época) iriam chegar para compor o elenco corinthiano. A base estava mantida e contratações necessárias chegavam. 2018 se desenhava um ano bom.
Porém, nem tudo são flores. Jô, em uma transferência com muitos detalhes omitidos, saiu. A negociação para a vinda em definitivo de Pablo, falhou. A missão ‘centroavante’, que parece que finalmente chegará ao fim, também falhou. E agora?

Vamos fazer uma retrospectiva do ano, através das competições e alguns marcos importantes:

Mudança na presidência
Andrés Sanchez ao lado de Roberto de Andrade, em 2012. Foto: Paulo Lopes / Agência Estado
Poucos devem se lembrar, mas o clube iniciou o ano com Roberto de Andrade na presidência. Grande parte da janela e algumas rodadas do Paulistão foram realizadas sob seu mandato. Andrés Sanchez venceu a eleição, marcada por confusões no Parque São Jorge, no dia 03/02 e assumiu no dia seguinte. Junto com ele, Andrés trouxe de volta Duílio Monteiro Alves, para ser diretor de futebol, e Luis Paulo Rosenberg, para ser diretor de marketing. Ambos estiveram com ele em sua “primeira era’’, que foi bastante vitoriosa.
Andrés e seus diretores começaram o mandato de maneira errada. No futebol, trouxeram jogadores que não foram pedidos por Carille, como o zagueiro Marllon e o atacante Matheus Matias. No quesito financeiro, Rosenberg não conseguiu cumprir sua promessa do patrocínio máster, que até agora não saiu.

Campeonato Paulista
Corinthians levantando a taça de campeão paulista no Allianz Parque. Foto: Alex Silva / Estadão

O Corinthians entrou no Campeonato Paulista de 2018 com o objetivo de defender o título conquistado em 2017. Apesar de começar com uma derrota, perdendo por 1x0 para a Ponte Preta no Pacaembu, a equipe fez uma boa campanha na fase de grupos, onde venceu os clássicos contra Palmeiras e São Paulo e empatou contra o Santos e terminou com 64% de aproveitamento, ficando atrás apenas do Palmeiras na tabela geral.
No mata-mata, Corinthians enfrentou Bragantino, São Paulo e Palmeiras antes de confirmar o bicampeonato. Um título histórico, pois pela primeira vez na história do Derby um time levantou um troféu no estádio adversário.
Na primeira partida das quartas-de-final, contra o Bragantino, perdemos por 3x2, em um dos piores jogos do Corinthians com Fábio Carille no comando alvinegro. Em casa, vencemos pelo placar necessário: 2x0, com direito a um golaço de Maycon.
Na semi-final, desenhou-se o mesmo cenário: perdemos o primeiro jogo, por 1x0, contra o São Paulo. Na Arena, com um gol no último lance, vencemos por 1x0 e levamos para os pênaltis, onde vencemos por 5x4. Estávamos na final pelo segundo ano seguido.
Mais uma vez, saímos atrás no placar agregado na final. No primeiro jogo, na Arena, perdemos para nosso maior rival por 1x0, o primeiro revés de Carille contra eles. No jogo de volta, Rodriguinho marcou logo no início de jogo e vencemos nos pênaltis. Bicampeões paulista, a primeira vez desde a famosa Democracia Corinthiana.

Libertadores
Jogadores comemoram um dos sete gols contra o Deportivo Lara na Libertadores. Foto: Miguel Gutierrez / EFE

Estreamos na Libertadores com um empate, contra o Millionarios, na Colômbia, em um jogo que poderíamos muito bem ter vencido. Na fase de grupos, saímos invictos fora de casa, com duas vitórias (1x0 contra o Independiente e 7x2 contra o Deportivo Lara, a maior vitória de um visitante na história da Libertadores) e um empate. Porém, em casa, vencemos apenas uma (2x0 contra o Deportivo Lara) e perdemos as outras duas (2x1 contra o Independiente e 1x0 contra o Millionarios, na estreia de Loss). Nas oitavas-de-final, a ‘maldição’ nos alcançou novamente. Contra o Colo-Colo, perdemos o primeiro jogo, no Chile, por 1x0, placar que poderia ter sido muito maior se não fosse pelas defesas milagrosas de Cássio, e vencemos o segundo jogo, aqui na Arena, por 2x1, mas fomos eliminados pelo critério do gol fora de casa.

A saída de Carille
Fábio Carille durante comemoração do heptacampeonato brasileiro, em 2017. Foto: Alex Silva / Estadão

No dia 22/05/2018, Fábio Carille anunciou que sairia do Corinthians para assumir o clube árabe Al-Wehda. Junto dele, levou alguns membros bem importantes da comissão técnica. Com isso, a diretoria optou por quem já estava lá, promovendo Osmar Loss para o cargo de treinador e alguns outros membros do sub-20 subiram para a comissão técnica do profissional. Eram 7 jogos até a parada da Copa, onde Loss poderia treinar o time como quisesse e dar a sua cara, nos quais o objetivo era perder o menos possível. Foram 4 derrotas, 2 empates e 1 vitória.

Janela do meio do ano
Rodriguinho comemorando o gol contra o Palmeiras na final. Meia saiu em julho. Foto: Rodrigo Gazzanel / Agência Corinthians

O desmanche completou-se nos meses de junho, julho e agosto, quando Rodriguinho, Sidcley, Balbuena e Maycon se transferiram para fora do Brasil. O que estava ruim, acabou de piorar. A diretoria, na tentativa de repor as perdas, trouxe Danilo Avelar, Douglas, Angelo Araos, Jonathas e Sergio Diaz, mas todos renderam completamente abaixo do esperado. Em menos de um ano, um elenco com perspectivas de títulos, tornou-se em um elenco completamente novo, sem entrosamento, sem tempo de treinar e com um técnico desacreditado pela torcida.

Sai Loss, entra Jair Ventura
Osmar Loss e Jair Ventura conversando durante treinamento. Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

No dia 05/09, após perder por 2x1 contra o Ceará, a diretoria anunciou que Osmar Loss voltaria ao cargo de auxiliar e que um novo técnico seria procurado para o resto da temporada. Loss comandou o Corinthians em 25 jogos oficiais, com 10 vitórias, 5 empates e 10 derrotas. Números ruins e desempenho em campo pior ainda.
No dia seguinte, a diretoria anunciou Jair Ventura como novo técnico. Sua estreia foi contra o Palmeiras, no Allianz Parque, em um jogo que perdemos por 1x0. Apesar de conseguir a classificação para a final da Copa do Brasil, Jair teve o mesmo cenário de Osmar Loss: números ruins e desempenho em campo pior ainda. A paciência da torcida era quase zero, não havia mais clima para ele continuar no comando alvinegro. No dia 03/12, foi anunciada sua demissão, após conseguir apenas 31,5% de aproveitamento: 4 vitórias, 6 empates e 9 derrotas.

Mas já voltou, Carille?
Anuncio da volta de Carille foi feito pelo WhatsApp. Foto: Reprodução.

Durante uma viagem de Andrés Sanchez à Europa em novembro, surgiu a informação de que o mesmo teria se reunido com Paulo Pitombeira, empresário de Fábio Carille, e falaram sobre uma suposta reconciliação e a volta do técnico para o Corinthians em 2019. Era tudo considerado ‘boato’ até que, no dia 07/12, em anúncio feito via WhatsApp, Fábio Carille voltou oficialmente para o comando corinthiano, em uma volta mais estranha que sua saída.

Copa do Brasil
Jogadores lamentam o vice-campeonato da Copa do Brasil. Foto: Alex Silva / Estadão

O Corinthians chegou ao vice-campeonato da Copa do Brasil desse ano após disputar 8 jogos, com 4 vitórias, 2 empates e 2 derrotas. Um fato curioso é que a equipe disputou as oitavas-de-final, as quartas-de-final e as semifinais com 3 técnicos diferentes; só repetiu a presença de Jair Ventura na final.  O Timão passou por Vitória, Chapecoense e Flamengo, até chegar à final, contra o Cruzeiro. Após perdermos os dois jogos, ficamos com o vice-campeonato, algo que a torcida não contava após a saída de Carille e de peças importantes no elenco.

Brasileirão
Jogadores comemoram gol contra o Vasco. Foto: Antônio Cícero / Photopress

11 anos após o rebaixamento, pela primeira vez, o fantasma da queda voltou a assombrar os corinthianos. Não por menos: a campanha desse ano teve a pior pontuação desde 2007. Apesar do bom início, quando ainda estava com Carille, e alguns bons jogos logo depois da Copa, a equipe alvinegra terminou o nacional com 11 vitórias, 11 empates e 16 derrotas, totalizando apenas 44 pontos e 38,6% de aproveitamento, além de ter o saldo de gols negativo, com –1.

Conclusão
Jogadores conversam com a comissão técnica durante o treino. Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

Em um ano de desmanches e muitas mudanças, conseguimos sair com um título e um vice-campeonato, apesar de não corresponder tão bem em campo. A falta de um elenco mais recheado e com peças mais qualificadas fizeram com que Pedrinho precisasse chamar a responsabilidade de “craque do time” ao lado de Jadson. Com reforços pontuais e a volta de Carille, 2019 desenha-se como um ano melhor. Fé, fiel torcida! Ano que vem será um bom ano.
 
Siga-nos nas redes sociais!
@blogfielsccp

Nenhum comentário:

Postar um comentário