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sábado, 28 de janeiro de 2017

Ai, Adauto!

O diretor de futebol do Corinthians (Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)
A torcida corinthiana tem se habituado a ouvir o nome de Flávio Adauto desde a reta final do brasileirão de 2016, mas a partir do meio de janeiro, o diretor de futebol corinthiano aparece quase todo dia nos noticiários esportivos. É natural que o nome do diretor de futebol seja sempre citado nas matérias sobre contratação, e estranho, na verdade, seria se Adauto não fosse lembrado pelos que cobrem o Corinthians. A questão, todavia, é a figura que Flávio Adauto vem pintando para os torcedores, mídia e empresários de jogadores que interessam ao timão, e essa figura definitivamente não condiz com o alto cargo que ele ocupa, e muito menos com o clube para o qual ele trabalha.

Bom, se você não conhecia o ilustre Flávio Adauto, permita-me apresentar alguns fatos sobre o mesmo. Adauto não é um desconhecido nos bastidores do Parque São Jorge, é conselheiro vitalício, e já foi vice-presidente de comunicação na vitoriosa e proporcionalmente nebulosa Era Dualib. Que pese contra ele o fato da função ter sido exercida em 2007, o ano do... pois é. O diretor de futebol alvinegro também foi presidente da ACEESP, e foi diversas vezes premiada no jornalismo.

Com o breve histórico apresentado, voltemos ao presente e às presepadas que Adauto vem causando nas principais negociações do timão para a formação do elenco de 2017. A primeira delas foi forjada no ano passado, quando disse que o técnico do Corinthians para esse ano seria o animado Oswaldo de Oliveira e em cerca de duas semanas demitiu Oswaldo, criando a deixa para mais um deslize. Bombardeado com perguntas sobre o novo comandante e com a possibilidade da contratação de Reinaldo Rueda, simplesmente o campeão atual da Libertadores, Adauto afirmou não conhecê-lo (depois ainda tentou desmentir e culpar os jornais). Mas ele não podia parar por aí, depois de ter recebido um e-mail com o currículo de Rueda, disse que o técnico não o agradou.

Querer ou não o Rueda é uma questão de gosto, concordo. Absurdo é desconhecer o técnico campeão da Copa Libertadores e dizer que o futebol do Atlético Nacional não chamou a atenção. Depois veio a constrangedora entrevista coletiva de efetivação de Fábio Carille, onde Adauto roubou a cena e falou por uns longos 30 minutos e deixou Carille escanteado, e lembrem-se que esses são fatos de 2016 ainda, Adauto nos reserva mais.

Chegou 2017, contratações, boatos, saídas, muitas dúvidas e apenas a certeza que o diretor de futebol apareceria bastante. Relevemos o fato dele ter afirmado ter dificuldade para negociar com alguns jogadores porque não tinha o contato deles. Adauto parece ter gostado dos holofotes, mesmo não deixando imagem muito boa para a sua torcida.

Tudo começa com a contratação do desconhecido Paulo Roberto, que de tão estranha acaba levantando suspeitas, mas tudo bem, existe, ou deveria existir, uma comissão técnica que aprovou essa vinda. Mas o momento mais icônico veio na novela Drogba, que até o momento que escrevo esse texto não terminou. Questionado se havia algum fundo de verdade na até então improvável negociação, Adauto disse que o atacante marfinense foi oferecido mas prontamente recusado, pois estava em declínio técnico e físico e não acrescentaria em nada no ataque que conta com Jô, Luidy, Romero, Kazim, Bruno Paulo e o possante Mendoza. Depois ainda colocou o Corinthians numa situação vexatória ao dizer que Drogba nem tinha conhecimento do interesse alvinegro. Nas entrevistas seguintes mudou o tom, talvez após uma bronca por não manter a discussão nos bastidores, e passou a dizer que Drogba traria um retorno grande no Marketing e até o comparou com Ronaldo Fenômeno em sua passagem no Corinthians.

No meio de toda essa confusão, surgiu o empresário de Drogba, Tcherno Seydi, dizendo que nunca conversou com qualquer clube brasileiro, escancarado mais uma trapalhada da dupla dinâmica Roberto de Andrade e Flávio Adauto. A negociação começou errada a partir do momento que o principal empresário do atacante africano não foi notificado, mas quando pensamos que poderia ficar pior, vemos que Franck Assunção, que poderia estrelar O Mentiroso de Jim Carrey, está envolvido na negociação. Uma simples pesquisa sobre o trabalho de Franck explica o porquê do temor.

E quem aqui não se lembra quando o intrépido, destemido e incompetente diretor de futebol alardeou aos quatro cantos que o contrato de Jadson havia sido rescindido com o clube chinês e foi desmentido ao vivo na ESPN? Adauto colocou em risco uma negociação difícil com suas palavras. E quando ele (sim, ainda falamos de falamos de Flávio Adauto) confundiu o nome do reforço Fellipe Bastos e o chamou de Felipe Melo, o recém contratado daquele time lá, que por sinal é o maior rival do Corinthians?

Não se pode questionar idoneidade de Adauto, já que até que se provem o contrário, ele nunca agiu de má fé e sempre buscou o que ele achava ser melhor para o Corinthians. Mas de boa intenção o inferno está cheio. O Corinthians é um clube profissional e gigante, não pode ter pessoas completamente incapazes em posições chaves para o perfeito funcionamento da equipe, e é um absurdo que o cargo de diretor de futebol ainda seja repleto de intenções políticas e destinado a amigos do presidente. Todo Didi Mocó tem seu Dedé Santana, e Adauto conta sempre com a ajuda e a chancela de Roberto de Andrade para mais trapalhadas.

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