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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Corinthians 4x0 Once Caldas (COL): uma vitória, quatro grandes lições

A gente sabe que um jogo do Corinthians foi bom, mas bom mesmo, quando pensamos nos lances da partida e conseguimos relevar todos os lances ruins ou preocupantes. Hoje foi um jogo desses, especialmente porque não se tratou somente da vtória exemplar - mas sim das lições que ela deixou. Separei quatro aqui, que eu acredito resumirem o que penso dese jogo. Uma lição pra cada gol do Timão!

1 - Existe vida sem Paolo Guerrero (Sim, existe!)

Temos sorte por, hoje, termos um time maduro que sobrevive a expulsões como essa (Foto: ESPN)

Li e ouvi muitos relatos de corinthianos aterrorizados com a possibilidade de saída do peruano. Temendo a ruína do time. Decretando que a temporada seria um fracasso!

Bem, esse jogo nos mostrou, com autoridade, que o conjunto está voltando a ser a tônica da equipe. Pelo menos dois dos quatro gols foram verdadeiras pinturas, jogadas construídas que passaram pelos pés de meio time. E todo o baile foi visto pelo peruano lá do vestiário, após o mesmo ter sido expulso da partida. Parte por conta de um certo rigor do árbitro argentino - mas parte por causa de um gesto inexplicavelmente infantil do jogador.

NÃO SE JOGA O BRAÇO NO ROSTO DO ADVERSÁRIO DAQUELE JEITO. AINDA MAIS COM O JUIZ A TRÊS METROS DE VOCÊ. PONTO.

Jogamos uns 60 minutos sem o Guerrero. Foram 20 minutos de sofrimentos e desencontros em campo e 40 de puro baile. A mostra mais contundente de que NÃO, o peruano não é vital para o Corinthians. Pode ser muito importante, mas há vida sem ele.

Então, Guerrero, não seja tão irredutível. Se quiser ficar, como tanto alardeia na imprensa (brasileira), aprenda a fazer mais concessões e menos exigências.

2 - Tite foi o nosso melhor reforço para 2015

TREINA MUITO, TITE! (Foto: Estadão)

Se o Corinthians havia somente dado, na pré-temporada e no domigo, discretos sinais de que podia render mais esse ano do que em 2014, o jogo de hoje tornou isso uma certeza. O Tite havia prometido um time elétrico na marcação e frio no ataque, e o roteiro foi cumprido à risca desde o primeiro segundo. A marcação avançada do Corinthians, complementada por um Elias avançado, quase como um meia, sufocou os colombianos, que não trocaram sequer meia dúzia de passes até perder a bola. Segundos depois, lá estava o Sheik, que parece ter nascido pra jogar Libertadores, marcando um golaço: Corinthians 1x0. (vejam abaixo o gol, da visão de quem estava na Leste Superior. Video do meu amigo Paolo Almeida - orbigado!)



O gol cedo, muito cedo, talvez não fizesse parte dos planos, pois os minutos seguintes foram de certo desajuste, que teve seu ápice nos instantes posteriores à expulsão de Guerrero. Pontue-se que o Once Caldas não é um time ruim, mas não soube aproveitar nossos momentos de instabilidade e logo o jogo voltou ao nosso controle, especialmente nos 10 minutos finais.

Mas depois do intervalo, o Corinthians foi simplesmente exemplar. Foram três gols nos 45 minutos mais intensos de que me lembro em muito tempo. Não vi, por exemplo, uma partida sequer do clube sob o comando de Mano Menezes com essa clareza de ideias em campo: força na marcação e foco no ataque. Sem jamais recuar, dando pouquíssimas chances para o adversário avançar. Enfim, o mérito de Tite nisso é inegável, assim como é inegável que ele voltou de seu ano de estudos melhor do que quando saiu. Ouso dizer que esse 2014 sabático do Adenor só o fez bem, em todos os sentidos. É esperar pra ver!

3 - Nunca se sabe de onde um herói irá surgir

Quem diria que o Felipe nos livraria do sufoco? (Foto: Marcos Ribolli / Globo Esporte.com)

Passamos tanto tempo criticando jogadores, né? Eu mesmo acabei de fazer isso no início do texto com o Guerrero. É complicado.

No entanto eu acredito que há uma diferença entre a crítica construtiva, argumetativa, que tem motivação, e a crítica generalista, motivada pela ignorância ou pela rejeição irracional. Devemos nos policiar para evitar esse segundo tipo, sob o risco de sermos obrigados a calar a boca - como foi o caso hoje.

Quem diria que o Fagner, tão criticado por atuações mais que medianas na lateral, que viu o Corinthians contratar Edilson para concorrer à sua vaga nesta temporada, acabaria fechando a goleada de hoje com um belo gol? Quem diria que Renato Augusto e Jadson tão bem se entenderiam no meio-campo, formando uma genuína dupla de meias que articulou sem parar várias jogadas perigosas no ataque e deu suporte incansável à marcação na defesa?

Quem diria que Elias ressurgiria das cinzas com Tite e jogaria uma partida digna daquele Elias lá da primeira passagem pelo Corinthians, sendo um dos melhores passadores do time e aparecendo diversas vezes no ataque como elemento surpresa (inclusive também deixando o seu gol no jogo)? Quem diria que o Sheik jogaria com tanta garra, entrega e dedicação, correndo como um menino, depois de ter o fim de carreira quase decretado pela torcida e sendo praticamente expulso do clube ano passado?

E, finalmente: quem diria que o segundo gol, o mais importante do jogo, seria marcado pelo zagueiro Felipe? Logo pelo FELIPE? Um menino que, a depender da torcida, estaria longe do Corinthians faz tempo, e que só permaneceu mesmo porque o mercado não deu muitas opções e sua permanência/titularidade foi bancada pessoalmente pelo Tite (que aliás comemorou o gol mais que o próprio jogador, aos berros de "Eu disse, eu disse!" na beira do campo)?

O futebol nunca se cansa de me surpreender. E esse jogo serviu pra calar minha boca. Vou tentar nunca mais criticar um jogador sem razão. Elias, Felipe, Sheik, Fagner e companhia: ME DESCULPEM.

4 - A torcida unida traz à tona a alma corinthiana da Arena

A Arena em 24/01, no jogo contra o Corinthian-Casuals. Alma corinthiana! (Foto: Daniel Keppler)

O Corinthians entrou em campo muito antes das 22 horas. Isso pois a Arena já respirava Libertadores muito antes de a bola rolar - mérito total da torcida, que parece ter conseguido, pela primeira vez, deixar de lado as picuinhas alimentadas pelo "futebol moderno" e se dedicou ao que interessa de verdade: apoiar o time.

E essa, na verdade, talvez seja a grande e mais valiosa lição que esse jogo deixa: não há nada de errado com nossa casa. Somos a melhor torcida do mundo, e plenamente capazes de transformar nossa Arena num genuíno caldeirão corinthiano.

O estádio pulsava na entrada dos times; o barulho era ensurdecedor até pra quem assistia o jogo pela TV. Uma atmosfera de desnortear qualquer adversário. Manter esse clima pelo resto da temporada é um enorme passo rumo à conquista de qualquer título.

Há problemas? Claro que há. Existem defeitos a corrigir? Com certeza. Mas problema pior, tem quem acha que o mármore branco do nosso estádio pode dizer mais sobre o que somos como clube do que as vozes e corações daqueles que frequentam as partidas. Ou quem acha que tirar uma "selfie" de costas pro campo torna o cara um corinthiano "pior". Rico ou pobre, organizado ou não, mais ou menos politizado, TODOS são corinthianos. E nenhuma divisão pode nos fazer esquecer disso.

O jogo de hoje foi a prova mais contundente possível de que, quando nos unimos, o Corinthians só se fortalece, e nossos limites podem se expandir ao infinito.

Como disse Juca Kfouri em seu artigo, agora há pouco: o Tolima ficou no passado. O futuro, pode ser o bicampeonato da América. O começo dessa luta não podia ser melhor!

Emerson sendo Emerson, como em 2012 (Foto: Lancenet)





FICHA TÉCNICA - CORINTHIANS 4X0 ONCE CALDAS (COL)
Local: Arena Corinthians, São Paulo (SP)
Data: 4 de fevereiro de 2015 (quarta-feira)
Horário: 22 horas (de Brasília)
Trio de arbitragem: Patricio Loustau (ARG), auxiliado por Gustavo Rossi (ARG) e Ivan Núñez (ARG)
Público: 35.236 pagantes (total de 35.757)
Renda: R$ 2.436.745,75
Cartões amarelos: Camilo Pérez, Luis Murillo, Hárrison Henao e José Cuadrado (Once Caldas)
Cartões vermelhos: Guerrero e Fábio Santos (Corinthians); Luis Murillo (Once Caldas)
Gols: Emerson, aos 31 segundos do primeiro tempo; Felipe, aos 9, Elias, aos 25, e Fagner, aos 33 minutos do segundo tempo

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Felipe (Edu Dracena), Gil e Fábio Santos; Ralf, Elias (Bruno Henrique), Jadson, Renato Augusto e Emerson (Stiven Mendoza); Guerrero. Técnico: Tite
ONCE CALDAS: José Cuadrado; Marlon Piedrahita, Camilo Pérez (Patricio Pérez), Dayro Moreno e Luis Murillo; Jonathan Lopera, Hárrison Henao, Maicol Balanta (César Arias), John Valoy (César Quintero) e Johan Arango; Sebastián Penco. Técnico: Flabio Torres

2 comentários:

  1. Na história do futebol sul-americano o corinthians sempre foi desconhecido. Precisaram armar um torneio no Brasil feito para o corinthians ganhar. Basta pesquisar no Google que vai ver que àquele mundialito da FIFA foi uma baita armação.tanto é que não deu certo. Tiveram que assumir a copa intercontinental como mundial da FIFA em 2005
    E para a tristeza dos corintianos, quem venceu o primeiro mundial da FIFA disputado pelo campeão da libertadores e liga dos campeões da Europa?
    O SPFC!
    Não existe mundial sem libertadores.
    O corinthians ganhou uma libertadores após o futebol das Américas estar completamente falido. Ganhou quando até o Lunus,e aquela outra equipe da Colômbia ganharam.
    Quando o futebol das Américas era forte o corinthians nunca passava da primeira fase. E quando só se classificavam 2 clubes do brasil para disputar a libertadores, raramente o corinthians disputava. Sempre foi e será um clube regional. Não tem o peso de um Cruzeiro, Internacional, Grêmio, Santos e SPFC.
    Seja racional, corintiano.
    O sonho de todo corintiano era ver o seu time de madrugada disputando a copa intercontinental atual mundial de clubes da FIFA.
    Ser grande com apoio da Globo da traffic e da Fifa é fácil.

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  2. Sei que você não vai aprovar o meu comentário
    Não tem problema
    Apenas leia e analiza essas coisas que você postou
    Isso passa um ar de despeito.

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