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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Por uma Libertadores que volte a reunir só os melhores de cada país!


Em 1948, a CONMEBOL realizou o primeiro torneio continental de clubes: o Campeonato Sul-Americano de Campeões, que o Vasco venceu. Anos depois, a ideia voltou à vida, na atual Copa Libertadores da América, que foi idealizada em 1958 e começou sua disputa em 1960.

Apesar da mudança de nome, a Libertadores começou sendo disputada apenas por campeões, como em 1948. Somente em 1964 os vice-campeões foram incluídos na competição - fato que revoltou confederações como a CBD, que inclusive não participou das edições de 1966, 1969 e 1970. Em 1967, ainda, não indicou segundo participante, enviando apenas o campeão da Taça Brasil-1966 (Cruzeiro).

Então, viram que a festa do caqui tava legal, tava bonitinha, e foram enfiando mais participantes: os terceiros, depois os mexicanos, depois os quartos e quintos colocados... até virar a palhaçada que é hoje: um torneio que em tese deveria reunir o supra-sumo dos dez países do continente (mais o México) permite sua conquista a nada menos que 38 times.

Para os clubes brasileiros, isso é lindo. Permite que muitos clubes grandes possam disputar a Libertadores, sem a preocupação de terem que disputar de fato o título do Brasileirão: basta chegar ao G-4 (ou às vezes, G-5).

Quantos técnicos deixam claro por aí que o foco de seus trabalhos não é o título, mas sim a vaga pra Libertadores? Quantos clubes simplesmente ABDICAM de tentar ser campeões nacionais (o que deveria ser a meta de quem disputa o Brasileirão) pra simplesmente se conformar com um terceiro, quarto lugar? Quantas vezes presenciamos vergonhosamente equipes dando VOLTA OLÍMPICA pela "conquista" da vaguinha na Pré-Libertadores???

Que catástrofe. Que mediocridade. Que espírito de porco (com o perdão do trocadilho).
           
O resultado disso, vimos ontem. Na final da Liberta, o segundo maior torneio continental do mundo, de um lado tínhamos o Atlético-MG, honrado vice-campeão brasileiro mas que fora do Brasil mostrou-se um clube sem ambição, covarde, e sem espírito competitivo algum. De outro, o Olimpia, classificado não por ter sido campeão do Apertura paraguaio... muito menos do Clausura... mas por ter sido o clube não-campeão que mais pontuou. Por conta disso, disputou a Pré-Libertadores. UAU, que timaço. Ainda por cima, acabou de ser QUINTO LUGAR no Apertura-2013.

Essa Libertadores ainda reservou surpresas como a presença de times como Tijuana, Santa Fé e Real Garcilaso nas quartas-de-final!

Só não admite que o nível técnico foi pífio quem não quer. E isso se deve a um motivo só: é muito time disputando. A Libertadores, há MUITO TEMPO, deixou de reunir os melhores da América.

E por conta disso, precisa SIM diminuir seu tamanho. Ela precisa voltar a ser a COPA DOS CAMPEÕES DA AMÉRICA.

Não há sentido em oferecer a um time que nem conseguiu chegar ao top-3 de seu campeonato local a oportunidade de ser o melhor do continente. E olha que dar essa chance ao terceiro já é questionável.

Ah, a Libertadores... quanta tradição! Não, pera...
Vejam o exemplo desse ano: dos oito times que chegaram às quartas (acima), somente DOIS foram campeões nacionais em 2012 (Fluminense e Santa Fe). Apenas dois times, também, estão no top-50 do ranking da IFFHS, sendo que outros três sequer figuram no top-100!

Enfim, meu ponto é: disputar um torneio continental deve ser um prêmio aos MELHORES, e por MELHOR leia-se: o time foi campeão nacional, ou chegou muito perto. A vaga deve ser um prêmio a mais, dado aos times que realmente tiveram a ambição de buscar a taça de seu país.

Imaginem, por exemplo, a Libertadores desse ano com 24 vagas e a seguinte fórmula:

Atual campeão: 1 vaga (para defesa do título, obviamente)
BRASIL: 3 vagas (Campeão + Vice do Brasileiro + Campeão da Copa do Brasil)
ARGENTINA: 3 vagas (Campeões do Apertura e do Clausura + Melhor na tabela agregada)
URUGUAI: 2 vagas (Campeão + Vice do Camp. Uruguaio)
CHILE: 2 vagas (Campeões do Apertura e do Clausura)
COLÔMBIA: 2 vagas (Campeões do Apertura e do Finalización)
PARAGUAI: 2 vagas (Campeões do Apertura e do Clausura)
EQUADOR: 2 vagas (Campeão + Vice do Camp. Equatoriano)
BOLÍVIA: 2 vagas (Campeões do Apertura e do Clausura)
PERU: 2 vagas (Campeão + Vice do Camp. Descentralizado)
VENEZUELA: 2 vagas (Campeão + Vice do Camp. Venezuelano)
MÉXICO: 1 vaga (Campeão do Apertura)

Agora vejam se ela não teria um nível técnico bem mais interessante:

Atual campeão: Corinthians
BRASIL: Fluminense, Atlético-MG e Palmeiras
ARGENTINA: Arsenal, Vélez Sarsfield e Newell's Old Boys
URUGUAI: Nacional e Peñarol
CHILE: Universidad de Chile e Huachipato
COLÔMBIA: Santa Fé e Millonarios
PARAGUAI: Libertad e Cerro Porteño
EQUADOR: Barcelona e Emelec
BOLÍVIA: The Strongest e San José
PERU: Sporting Cristal e Real Garcilaso
VENEZUELA: Deportivo Lara e Caracas
MÉXICO: Toluca

Com essa fórmula, por exemplo, seriam 18 os times campeões nacionais a disputar a Libertadores, o que representaria 75% dos participantes. Na fórmula atual, esses mesmos 18 times representariam apenas 47% do total de 38 times que tiveram a chance de ser o melhor time da América. Não dá pra admitir isso.

Defendo uma Libertadores que não torne suas vagas um prêmio de consolação. Que não seja usada pela CONMEBOL como instrumento político. Que possa DE FATO ser disputada pelos melhores do continente!

Seria a primeira de uma série de reformas pelas quais o futebol sulamericano precisa passar. Afinal, se a MERITOCRACIA, não é incentivada, a MEDIOCRIDADE passa a dominar. Precisamos resgatar a busca pela excelência, desde a gestão até a qualidade das partidas. E quem sabe, de mudança em mudança, o futebol por aqui não deixa, aos poucos, de ser tão amador?

Gostou? Tem mais ideias? Comente!

3 comentários:

  1. Há quanto tempo você defende esta tese? Ela não surgiu coincidentemente após o seu time finalmente conseguir ser campeão em 2012, não é?

    Quero crer que não, afinal, em 2012 o quadrangular final teve times ainda mais MEDÍOCRES que os desta edição: Universidad do Chile, Fluminense, Libertad e CORINTHIANS, por exemplo, são times que praticamente INEXISTEM fora do Brasil: nem Copa Conmebol, nem Mercosul, quanto menos Sul-Americana.

    Boca Juniors e Vasco da Gama jogam apenas com a fama há pelo menos uma década. Velez estacionou na década de 90.

    Me perdoe, mas amadora aqui foi a sua análise rasa dos fatos. Ser fanático pelo seu time é uma coisa, mas ser BURRO é outra. E isso, acredito que você não seja. Aproveite bastante o curso de jornalismo, vai te ajudar bastante nisso.

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  2. Thiago, não sei o que você ganha sendo ignorante, ou atacando alguém que apenas opinou sobre um tema, sem direcionar nada a time nenhum. O blog pode ser corinthiano, mas você não me conhece para se achar em condições de julgar a boa ou má-fé do que acho ou deixei de achar. ^^

    Mas, vamos usar a boçalidade do seu comentário pra algo útil: analisar os quadrifinalistas da Libertadores-2012. Eles foram: Fluminense, Boca Juniors, Universidad de Chile, Libertad, Corinthians, Vasco, Santos e Vélez Sarsfield. Pois bem, desses oito times, SEIS haviam sido campeões na temporada anterior. As exceções são o Fluminense e o Libertad.

    Compare com a Libertadores desse ano, na qual apenas DOIS dos times das quartas foram campeões na temporada anterior e você vai verificar que em 2012 o nível foi maior, por mais "falta de tradição" que os times tivessem. Em 2012, eram SEIS campeões. Em 2013, DOIS. Como questionar que o nível caiu de um ano pra outro?

    Enfim, Thiago... eu sou amador SIM e com orgulho. Tenho muito o que aprender SIM e vou fazê-lo. Mas não se atreva a, sem me conhecer, fazer juízo de valor das teses que defendo. Supor que escrevo com clubismo ou má-fe, por conta de uma opinião que diverge da sua, é demais pra minha tolerância - por maior que ela seja. Grande abraço.

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  3. Concordo com a tese e acho também que deveria voltar aquela segunda fase de grupo de antigamente só que com 4 grupos de 3, e só na semi finais haveria mata mata.

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