Corinthians homenageia Sócrates com estátua; Zé Maria e Fágner participam do evento (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians) |
Até aí tudo bem, isso não é problema - muito pelo contrário! O problema é COMO essas homenagens são feitas. Afinal de contas, estamos falando de explorar comercialmente um momento histórico do clube, e nessas horas às vezes o famoso "limite" acaba sendo ultrapassado às vezes. Esse parece ter sido o caso, na homenagem da vez.
O Corinthians anunciou seus novos uniformes nessa tarde. Já havia prints circulando pela internet há alguns dias, debaixo de críticas de parte da torcida, algumas pela simplicidade do design das camisas, outras devido ao fato de absolutamente ninguém entender o que era aquela camisa 2 toda manchada. Hoje, através do site oficial, o Timão enfim explicou como "homenageou" o eterno Doutor e o maior movimento ideológico da história do futebol brasileiro. Era melhor não terem explicado.
Vamos lá: a camisa 1 segundo o Corinthians, foi aquela reservada à homenagem em si. Toda branca, de "inspiração retrô", com gola careca e um botão centralizado, reserva espaço nas costas para listras alvinegras, na parte superior, além da frase "EU SOU CORINTHIANS" na parte interior. Bonita, sim, mas previsível. Não é diferente de tantas outras camisas 1 brancas que já tivemos ao longo dos anos. Não tem um elemento que faça a homenagem ser identificável. Quem vê, pensa que é mais um uniforme do time. E isso é ruim.
A situação piora ao se ver a camisa 2. Era aqui que o Timão tinha a chance perfeita de prestar o tributo ideal. Afinal, quem pensa em Sócrates AUTOMATICAMENTE pensa em camisa preta com listras brancas. E gola "V", se quisessem ousar. Mas não: resolveram, genialmente, criar uma estampa marmorizada, em tons de preto e cinza, para lembrar "o concreto de São Paulo e a origem de luta do clube". Tenha a santa paciência. Daqui a pouco vão fazer uma camisa amarela para homenagear a cor da luz do lampião que iluminou os fundadores naquele 1º de setembro de 1910.
Gabriel e Balbuena posaram com as novas camisas para a campanha de lançamento da Nike (Fotos: Divulgação/Nike) |
Seria uma pena se essa "democratização" parasse exatamente em R$ 129,90 - que é o novo preço da camisa tipo Estádio - aquela, mais simplezinha, basicona. Se você quiser algo PRÓXIMO do que os jogadores vestem, aí não tem moleza: os preços reduzidos continuam variando de R$ 199,90 a R$ 299,90. Em tempos de crise generalizada, onde viver tem se tornado cada vez mais difícil, e torcer cada vez mais é um ato de resistência, chamar preços como esses de "democráticos" é quase um deboche. Uma risada na cara do Fiel Torcedor. E um convite ao consumo de produtos piratas. Ou seja, uma ofensa que se vira contra a própria empresa... um verdadeiro tiro no pé.
Disso tudo, ficam duas lições e um medo: a primeira lição é a de que a Nike, realmente, nunca vai aprender. Para ela, a história de um clube não é nada mais que um punhado de elementos que ela vai misturando sem muito pudor e respeito, e é por isso que a cada ano o trabalho de criar fica pior e mais acomodado. A segunda lição, é a de que aparentemente nunca teremos uma diretoria com um mínimo de senso crítico para barrar a falta de noção da Nike - pois a camisa não é produzida sem o aval do clube, certo? Então ele tem culpa no cartório.
E o medo, claro, é pelo que vem por aí em setembro/outubro, possível data de lançamento da camisa 3, em homenagem a Ayrton Senna. Afinal, se fizeram o que fizeram nessa homenagem ao Sócrates, o que serão capazes de inventar com nosso eterno piloto? Nem quero imaginar...
Não foi só as camisas que foram uma decepção, a tal estátua como toda a imprensa estava afirmando, na realidade parece painel ou Display acrilico ou de metal, sinceramente não curti, esperava um monumento de verdade como outros clubes já fizeram, tipo o trofeu em homenagem ao doutor, em amistoso contra a portuguesa em jan de 2012. Isto sim seria realmente um monumento de verdade, já imaginou isto com dois metros de altura fora o pedestal....
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