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terça-feira, 1 de maio de 2018

O Corinthians não para de desafiar Fábio Carille; o que esperar do futuro?

O Corinthians já venceu 3 títulos com Carille como técnico; agora terá mais um desafio pela frente (Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians)
O Corinthians tem vivido anos muito diferentes nessa última década. A aparência é de estabilidade, por conta dos títulos e de trabalhos de longo prazo de Mano Menezes e (especialmente) Tite, mas ao olhar o Timão mais de perto, as temporadas que se sucederam têm sido marcadas por muitas mudanças.

Pra ilustrar isso, fiquemos apenas nas três últimas. Em 2015, tivemos a volta de Tite, que trouxe da Europa pensamentos táticos diferenciados que demoraram um pouco a surtir efeito, mas que quando encaixaram de vez fizeram o time simplesmente esbanjar futebol no Brasileiro. Partidas brilhantes, toque de bola envolvente, a um nível tal que já em agosto todos sabiam que aquela taça tinha dono. O 6x1 na Arena contra o São Paulo, com time reserva e requintes de crueldade, foi apenas a cereja no bolo.

Então vem 2016, que antes mesmo de começar já foi sendo atrapalhado por um inacreditável desmanche do time campeão brasileiro. Mesmo sem reposições 100% à altura, os resultados continuavam acontecendo. Só que em abril veio o choque, com as eliminações: para o Audax no Paulista e para o Nacional (URU) na Libertadores.  Dois meses depois, outro baque: a saída de Tite, rumo à Seleção Brasileira. A partir daí, só tragédia: Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira contratados e demitidos (com justiça), e assim um ano promissor foi jogado totalmente no lixo.

2017 chega, e a autoestima do corinthiano na lama. Sem opções, a diretoria efetiva Fábio Carille no comando do time, mas sem um pingo de confiança. Nas mãos dele, um elenco de qualidade duvidosa, a ponto de ser chamado sem muitas objeções de "quarta força do futebol paulista". Quem diria que, em questão de meses, Carille faria um verdadeiro milagre e, do nada, construiria um time valente, comprometido e pragmático? Como prêmio, duas taças: o Paulista em maio, e o Brasileiro em dezembro. Incontestável!

E então chegamos a 2018. Que começa um pouco como 2017: algumas dúvidas e poucas esperanças no futuro. Afinal, dois destaques da equipe iam embora (Jô e Arana) e a reposição não aconteceu à altura. Outros que chegavam, como Mateus Vital e Henrique, eram incógnitas. Até mesmo depois da eleição de Andres à presidência, o cenário continuou igual: o Corinthians não tinha um centroavante.

Nada que fizesse o time perder o pique dentro de campo. De alguma maneira, o Corinthians iniciava a temporada como terminou a anterior: sem fazer brilhar os olhos de ninguém, mas vencendo. Eficiente em seu pragmatismo. Nos clássicos pelo Paulista, duas vitórias e um empate. E com o tempo, as dúvidas foram se dissipando, uma a uma: Henrique vem se adaptando na zaga, Vital cada vez mais se destaca nas partidas, Sidiclei (que chegou um pouco depois) ganhou a titularidade na esquerda e não perdeu mais; e Carille, mais uma vez, fez milagre: na falta de um centroavante para escalar, mudou o esquema e abriu mão dele. O resultado disso? O bicampeonato paulista, naquele 8 de abril que já ficou para a História.

Um novo momento, então, começou. Todo o trabalho passaria a ser colocado à prova em uma maratona difícil de lidar: três torneios importantes e jogos em sequência, sem folga. Como rodar o elenco sem perder qualidade? Como encarar as partidas com a devida seriedade sem perder jogadores lesionados?

Sim, todos sabem que a estrutura de recuperação física do Corinthians é de primeiro mundo, e que o Carille conta com todos os tipos de avaliações e diagnósticos antes de definir sua equipe. Prova disso foi o leve revezamento de titulares por ele promovido nas primeiras partidas dessa nova etapa da temporada. Mas problemas acontecem, e eles vêm acontecendo: contra o Vitória, pela Copa do Brasil, o time perdeu Ralf e Renê Júnior; contra o Atlético-MG, foi a vez de Fágner. E nosso banco de reservas não é exatamente um poço de variedades.

O Corinthians fará nada menos que 13 jogos nas próximas 6 semanas. Alguns muito importantes: o resto da fase de grupos da Libertadores, a decisão das oitavas da Copa do Brasil e dois clássicos pelo Brasileirão. Baixar a guarda em qualquer uma dessas frentes pode se traduzir em um fracasso precoce, ou em perdas importantes de pontos (algo que os pontos corridos não perdoam). Como manter o desempenho sem falhar onde não se pode de forma alguma?

Fábio Carille sinalizou que pode ampliar o revezamento de titulares em partidas menos "exigentes", como a que o Corinthians fará contra o Ceará no próximo domingo. Será um desafio, pois exigirá muita disciplina tática dos reservas que entrarão, e muito foco na equipe como um todo, para levar o jogo com a devida seriedade. Já temos tradição em perder pontos "fáceis" em casa, e isso às vezes é fatal... basta nos lembrarmos de 2010, por exemplo.

Fica a expectativa para que, a partir de hoje, o Timão saiba aproveitar as oportunidades. Vencer o Independiente pode dar um quê de tranquilidade para manter em alta o foco nos torneios nacionais. E se tranquilidade já é algo bom normalmente, será ainda mais bem vinda em um Corinthians onde nada pode sair do lugar. Então, que não saia.

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