Corinthians se reapresentou com a esperança de volta a obter bons resultados em campo, após um 2016 irregular (Foto: Agência Corinthians) |
Depois de o Corinthians sofrer com uma temporada 2016 cheia de decepções e um início de 2017 mais deprimente ainda, quando os únicos reforços confirmados eram os atacantes Jô e Luidy, as coisas parecem ter melhorado um pouco nos últimos dias.
Apesar de ainda viver sob sérios problemas internos, inclusive uma ameaça de impeachment do presidente Roberto de Andrade, a diretoria se mexeu e já tivemos confirmadas as chegadas do zagueiro Pablo, dos volantes Gabriel e Paulo Roberto e do atacante Kazim-Richards. O volante Fillipe Bastos está perto, enquanto outras negociações/especulações seguem se arrastando, como as de Jadson e William Pottker.
Dessa forma, podemos dizer que Fábio Carille conta atualmente com 40 jogadores, a saber:
Goleiros: Caique, Cássio, Matheus Vidotto e Walter
Zagueiros: Balbuena, Léo Santos, Pablo, Pedro Henrique, Vilson e Yago
Laterais: Fagner, Guilherme Arana, Léo Príncipe e Moisés
Volantes: Cristian, Fellipe Bastos, Gabriel, Jean, Mantuan, Marciel, Maycon, Paulo Roberto e Warian
Meias: Camacho, Danilo, Giovanni Augusto, Guilherme, Marquinhos Gabriel, Marlone, Rodrigo Figueiredo e Rodriguinho
Atacantes: Bruno Paulo, Carlinhos, Jô, Kazim-Richards, Léo Jabá, Lucca, Luidy, Mendoza, Romero
Evidentemente que alguns destes devem ser emprestados, mas já é um material humano suficiente para surgirem algumas dúvidas sobre quem escalar - exceto na linha defensiva, pois a melhor alternativa parece ser o quarteto Fagner-Pablo-Balbuena-Arana (o que mostra que precisamos de reforços nesses setores). No gol, o dilema Cássio x Walter segue firme e forte, inclusive para o próprio Carille. Mas as dúvidas mesmo começam no meio-campo.
Para muitos, Gabriel chega para ocupar definitivamente o vácuo deixado por Ralf. Mas poderia ele atuar como um único volante, num esquema similar ao adotado pelo Timão em 2015? Ou o ideal seria uma dupla de volantes? E nesse caso, quem deveria ser o seu companheiro?
Avançando um pouco, mais dilemas. São pelo menos seis opções viáveis de jogadores para duas, três ou mesmo quatro vagas, a depender do esquema tático adotado. Ou seja: teremos no mínimo dois atletas com condições de serem titulares no banco, e isso é algo para ser administrado com cuidado por Carille.
Já quanto ao ataque, inicialmente a dupla Jô-Kazim parece a alternativa natural, mas sempre teremos como opção Romero, amado por uns, odiado por outros.
Fábio Carille tem o desafio de sua vida: montar o Corinthians para 2017 (Foto: Rodrigo Gazzanel / Agência Corinthians) |
À primeira vista, não é um time ruim. Na verdade é uma equipe que, se der liga, é até bem competitiva. Na reapresentação do elenco, Carille prometeu um time organizado, mas para isso, ele precisará de algo tão ou mais importante que qualquer reforço: ele precisará de tempo. Tempo para treinar, acertar e errar, até descobrir a equipe ideal e começar a colher os frutos - que podem não vir na hora que esperamos. Torcida e diretoria terão a paciência necessária?
Ainda há outro fator envolvido, igualmente importante: todo o esforço de Carille de nada adiantará se, em campo, os jogadores não mudarem a lamentável postura demonstrada durante boa parte da temporada passada. Tanto quanto vitórias, a torcida corinthians preza por raça, esforço, vontade de vencer! Coisas que têm faltado muito ultimamente. Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira fracassaram em colocar o time nos trilhos. Fábio Carille saberá fazê-lo?
Da minha parte, espero sinceramente que a convivência com Tite tenha lhe rendido bons aprendizados. Carille é conhecedor do ambiente interno do Corinthians e se conseguir reproduzir 50% do espírito de equipe tão característico das equipes do seu Adenor, terá tudo para conseguir bons resultados. Caberá à diretoria (e a nós, torcedores) lhe dar o suporte e tempo necessários para desenvolver seu trabalho, sem cair na tentação das soluções imediatistas.
A temporada contribui para isso: nossa ausência da Copa Libertadores nos salvou de fazer loucuras para montar um elenco à altura, e de quebra nos deu um calendário mais tranquilo para testar possibilidades táticas. Além disso, o Brasileiro com seu G-6 (ainda que eu ache isso uma aberração) abriu espaço e oportunidade para que equipes com campanhas irregulares avancem ao inchado torneio continental em 2018.
Ou seja: mesmo que 2017 não seja tão bom assim, pode ser o início de um projeto a longo prazo. Exatamente como 2011 foi o início do projeto que nos levou ao topo do mundo no ano seguinte.
E você, o que espera do Corinthians nessa temporada? Comente!
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