Ferroviária será a adversária do Corinthians no amistoso, por indicação da Federação Paulista (Foto: Reprodução / Portal Morada) |
Mas todo esse auê acabou por esfriar outro assunto, que se não é tão relevante tem lá seu simbolismo. Infelizmente, é um simbolismo negativo. Explico.
No último dia 8 o Corinthians anunciou que organizaria um amistoso de apresentação do elenco, no final de janeiro. Chegou-se a falar em um mega evento, nos moldes dos que são realizados na Europa por clubes como o Barcelona, com direito até mesmo a entrega de troféu e patrocínio da marca Estrela Galicia nessa primeira edição.
Obviamente que uma festa como essa exige um adversário à altura, certo? Primeiro falou-se na Ponte Preta, por conta dos 40 anos do título paulista de 1977, mas não rolou. Depois cogitou-se convidar a Chapecoense, que teria recusado por falta de datas. Então foram levantados os nomes dos argentinos Boca Juniors e Racing Club, e a definição parecia uma questão de tempo.
Imaginem minha surpresa, então, ao descobrir que o tal mega evento ocorrerá dia 1º de fevereiro e será, na verdade, estrelado pela... Ferroviária de Araraquara. Sim, dormimos com Boca Juniors e acordamos com Ferroviária. Dá pra ser pior?
Dá sim: quem confirmou a realização do torneio não foi o Corinthians, mas sim a Ferroviária, através de seu site oficial. Além de regredir dez passos na escolha do adversário, nosso Timão sequer se deu ao trabalho de fazer o anúncio. Não bastasse isso, temos a surpreendente informação de que o responsável por indicar a AFE para a partida é ninguém menos que o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos. Ora essa, quem é que manda no Corinthians agora?
Vejam bem, não tenho nada contra a Ferroviária. É uma equipe simpática, com bela história e sempre faz boas partidas contra o Corinthians. Não é pessoal. A questão aqui é uma só: o bizarro confronto entre expectativas e realidade.
O Trofeo Joan Gamper, que em 2014 confrontou Barcelona e León, seria a inspiração corinthiana. OK. (Foto: Reprodução / FCB) |
Não é nada menos que frustrante (e um pouco desmoralizante, por que não) para clube, diretoria e torcida prometer um mega evento aos moldes de um Trofeo Joan Gamper para, dias depois, entregar um jogo-treino de segunda categoria contra uma equipe que não disputa nem a Série D do Brasileirão. É uma escolha que desvaloriza o evento enquanto produto, reduz a atratividade para o torcedor e pouco vai contribuir para avaliar o elenco.
Me pergunto os motivos pelos quais não se conseguiu o OK de um mísero time estrangeiro que fosse, sendo que até poucos dias atrás o Grêmio, por exemplo, iria receber nada menos que TRÊS gigantes sulamericanos (Olimpia, Nacional e Peñarol) para sua Copa de Campeões da América, que foi recém-cancelada. Fico imaginando, também, por que raios a FPF se envolveu nessa história, indicando a Locomotiva para o jogo. Teria sido para impedir que o Corinthians tivesse o constrangimento de cancelar o evento por falta de adversário?
Enfim, O jeito é se contentar com a Florida Cup (dos males o menor) e torcer para que Jadson ou Drogba acabem acertando, para que esse "mega evento" lote a Arena mesmo sendo contra quem será. Só sei que, para um clube que até ontem prometia se expandir e tornar-se uma marca global, as coisas mudaram muito. E pra pior, infelizmente.
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