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sexta-feira, 14 de julho de 2017

Corinthians 2017: presente e futuro em quatro gráficos

Guilherme Arana comemora seu gol na vitória sobre o Palmeiras (Foto: Ale Vianna / Eleven)
Difícil encontrar algum corinthiano, atualmente, que não esteja em êxtase pelo que está acontecendo. Justamente em um ano que não parecia reservar nada de bom para o torcedor, com a gestão convivendo no caos administrativo, as finanças permanentemente sufocadas e a torcida afastada do estádio, o elenco formado "do jeito que deu" e liderado pelo técnico "que sobrou" está, jogo a jogo, desbancando todos os rivais e devolvendo à torcida o orgulho e o direito de sonhar!

Os números são inquestionáveis: 117 dias de invencibilidade, ou 27 jogos (sendo 17 vitórias e 10 empates); liderança isolada e com pontuação recorde no Brasileiro, torneio pelo qual o time não sofre um gol sequer há inacreditáveis 637 minutos; imbatível no ano contra os rivais (já são oito jogos contra Palmeiras, São Paulo e Santos, e zero derrotas); tudo isso conquistado com extrema organização tática, trabalho em equipe e confiança na filosofia implementada por Fabio Carille.

É fácil explicar como essa equipe, formada quase que por acidente, tornou-se em poucos meses a mais eficiente do Brasil? Não. Na verdade, é quase impossível entender. Poucas vezes na nossa história o Corinthians conseguir suplantar com tanta competência as deficiências técnicas individuais que existem no elenco (convenhamos, elas existem). Se em janeiro, por exemplo, alguém nos dissesse que Jô seria uma referência no ataque, ou que Romero se tornaria uma peça fundamental na equipe titular, ou ainda que o time teria vários jogadores da base jogando regularmente (e muito bem), talvez esse alguém seria motivo de risos. No entanto, o que vemos hoje é exatamente esse cenário.

Se é tão difícil explicar e decifrar o que é esse Corinthians, nos resta analisar o contexto que o cerca, para tentarmos imaginar até onde podemos ir. Para isso, preparei cinco gráficos que abordam alguns pontos interessantes sobre o Timão 2017!

1 - A "gordura" na tabela nunca foi tão precoce 
Comparativo entre as campanhas dos últimos três campeões brasileiros e o Corinthians de 2017
Analisando a campanha dos últimos três campeões brasileiros, e comparando os números com os do Corinthians esse ano, verificamos um fato claro: o desempenho é tão superior que até mesmo a comparação dos números é prejudicada. Até a 4ª rodada, por exemplo, ainda era possível fazer paralelos, mas a partir da rodada seguinte o Corinthians já passa a ter uma campanha melhor - e essa "vantagem" no rendimento só aumentou a cada rodada... e de tal forma que o Corinthians, com seus atuais 35 pontos, tem seis a mais que o Cruzeiro de 2014, até então a melhor campanha dos últimos anos.

Ao projetarmos esse comparativo até o final do primeiro turno, reforçamos a sensação de que a campanha corinthiana é histórica. Desde 2014, a equipe que mais rapidamente chegou aos 35 pontos foi o Cruzeiro de 2014, e isso ocorreu apenas na 16ª rodada - três jogos depois do Corinthians de 2017! Em 2014, a equipe mineira terminou o turno com 43 pontos, o que significa que basta ao Timão vencer metade dos seis próximos jogos para continuar com a melhor campanha da história.

2 - O favoritismo ao título também nunca foi tão precoce
Chances de título no Campeonato Brasileiro, calculadas por três instituições diferentes
A partir da 12ª rodada, já era possível encontrar alguns estudos e análises sobre as probabilidades de cada equipe para o título do Brasileirão, bem como as disputas por vagas na Libertadores e Sul-Americana e também na luta contra o rebaixamento. Três dos mais famosos e conceituados são feitos pelo Departamento de Matemática da UFMG, pelo Chance de Gol e pelo Infobola. Os três concordam que o favoritismo corinthiano é enorme, e nunca foi tão grande.

Com chances variando entre 70,5% e 84%, o Corinthians é colocado como principal postulante ao título nacional, sendo que há divergências sobre quem é o principal concorrente: para o Chance de Gol é o Flamengo, mas para UFMG e Infobola, é o Grêmio. O Santos é citado por todos como a quarta equipe com mais chances.

Claro, são apenas estatísticas, que não consideram fatos novos ou incidentes que não podem ser medidos por números. Mas não deixam de ser uma grande evidência de que estamos longe de ser um cavalo paraguaio. Se nada excepcional ocorrer, tudo indica que o hepta vem!

3 - A solidariedade ofensiva segue em alta
Artilheiros do Corinthians em 2017 (em jogos oficiais)
O Corinthians de Carille é forjado em fundamentos muito sólidos: uma defesa leal e quase intransponível (comete apenas 12 faltas por jogo, em média, e sofreu apenas cinco gols nos 13 jogos disputados) e um ataque que, se não produz em quantidade, compensa em eficiência (a equipe tem feito um gol a cada 5,69 finalizações, a melhor média do Brasileirão).

No entanto, a equipe não é apenas eficiente ao marcar gols. Também é extremamente solidária. Até o momento, em 40 jogos oficiais na temporada, o Timão fez 56 gols, marcados por um total de QUINZE jogadores! O artilheiro, Jô, tem apenas 25% desse total (14 gols). Da equipe considerada "ideal", apenas Cássio e Fagner ainda não marcaram. Isso é importante, fundamental, pois mostra que o Corinthians não tem dependido de apenas um jogador para decidir todos os jogos. Que continue assim!

4 - A torcida voltou a apoiar o Corinthians na Arena
Público pagante na Arena Corinthians em 2017 (a linha vermelha representa a média variável de público)
No início da temporada, chamou a atenção o baixíssimo público de alguns jogos do Timão em Itaquera. Por duas vezes, inclusive, o recorde negativo de público foi quebrado. No entanto, conforme o tempo passou, a torcida foi voltando a se empolgar, e isso vem ajudando demais a equipe a vencer os jogos como mandante!

O jogo contra o Botafogo de Ribeirão Preto, em abril, iniciou uma série com público pagante superior a 30 mil. Com isso, a média de público no ano, que estava girando nos 22 mil, subiu quase 40%. No ano, já foram exatos 580238 torcedores presentes nos 19 jogos em casa, uma média de 30539 por partida! E esse número vai se elevar, pois para o jogo contra o Atlético-PR já foram vendidos com 34500 ingressos!

Conclusão

Muito embora o Corinthians esteja vivendo há algum tempo com problemas financeiros, políticos e administrativos, dentro de campo a equipe não se deixa influenciar, certamente graças ao excelente trabalho de Carille. O time demonstra, a cada jogo, absoluta obediência à sua filosofia e respeito à sua autoridade, o que vem se mostrando decisivo em campo. Afinal, mesmo quando o time não joga tão bem, a vontade e eficiência acabam premiando o esforço, e a equipe sai vencedora.

Una-se a isso o apoio da torcida, que voltou a acumular bons públicos na Arena, e uma perspectiva no Campeonato Brasileiro que vai deixando o clube em situação cada vez mais favorável: com 35 pontos na tabela, até mesmo uma queda de produção, com alguns tropeços, poderá ao fim ser campeão - especialmente porque todos os outros times seguem muito irregulares.

Resta a nós continuar torcendo muito, e ao Corinthians manter o foco e rendimento! Rumo ao hepta!

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