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domingo, 1 de novembro de 2015

Pós-jogo: Atlético-MG 0x3 Corinthians - Quem diria?


Esse pós-jogo vai ser diferente. Não que o jogo não mereça uma análise, afinal foi um ótimo jogo. Poderia falar facilmente sobre como o Corinthians dominou o Atlético-MG e controlou o nervosismo até matar a partida no segundo tempo, com direito a atuação de gala de Jadson e golaço do Lucca no fim...

Mas a vitória de hoje despertou em mim algo maior do que a certeza do título, ou a vontade de analisar a partida. O jogo de hoje me fez voltar ao passado... um passado recente, mas que tinha tudo pra ser traumático.

O dia era 3 de junho. Mesmo sem jogar tão mal, o Corinthians falha nos momentos cruciais e cai no Olímpico, diante do Grêmio: 3x1, sem contestação. Me lembro de ver esse jogo no bar perto da faculdade, com um misto de tristeza e vergonha.

Era a segunda derrota no Brasileiro, a quinta nos últimos 45 dias - um inferno iniciado em abril, com a eliminação no Paulista diante do Palmeiras, e que teria seu "auge" na queda diante do Guarani (PAR), pela Libertadores. Jogadores indo embora, técnico questionado, diretoria contra a parede. E a mídia, que antes colocava o Corinthians como único clube das Américas capaz de disputar uma Champions League, começava a alertar a torcida para um possível rebaixamento.

Quem diria que esse mesmo time, cinco meses depois, chegaria aos 73 pontos na tabela, abriria 11 de vantagem sobre o Atlético-MG, e ficaria tão perto de ser hexa já na próxima rodada...

Arana e Malcom: da base para o time titular
No auge da crise, quando tudo era motivo pra criticar o Corinthians e o trabalho da comissão técnica, uma das maiores broncas com o Tite era a falta de jogadores da base. Em maio, o Estadão cegou a afirmar que o clube estava "liquidando" a base. Muitos lembravam ainda da venda do Marquinhos, em 2013, e do apoio do treinador a jogadores questionados em detrimento aos jovens juniores. A gota d'água foi a saída de Matheus Cassini, sem que o garoto tenha tido oportunidades reais no time principal.

Quem diria que esse mesmo Corinthians faria a melhor campanha da história dos pontos corridos com aproximadamente 1/3 do seu elenco formado por atletas da base, e que teria dois titulares do "terrão" na tão alardeada "final antecipada" do campeonato? Melhor: que um deles - Malcom - seria o responsável por abrir o placar contra o Galo, abrindo caminho pra goleada?

Em meados do primeiro turno, a diretoria buscava de todas as formas reagir às críticas, e reforçar o elenco mesmo sem dinheiro pra contratar. A meta era buscar peças de reposição que pudessem vir a custo zero - estratégia polêmica, muito questionada. Vagner Love chegou, com a difícil tarefa de substituir Paolo Guerrero. Mas lhe faltava preparo físico, ritmo de jogo, tempo de bola. Os erros se sucediam e as críticas só aumentavam - afinal, a torcida corinthiana pode ser muito impiedosa, quando quer.

Quem diria que, poucos meses depois, esse mesmo Vagner Love atingiria sua forma física ideal, marcando em todos os últimos jogos? E que nesse 1º de novembro, ele receberia passe perfeito de Jadson, e - ao contrário do que fazia antes - finalizaria com classe, marcando seu 12º gol no campeonato e chegando à vice-artilharia do Brasileirão?

No jogo de hoje, chamou a atenção a empolgação do elenco corinthiano na comemoração dos gols. É clara a evidente a união entre eles. Esse espírito de equipe, certamente, foi fundamental para que o Corinthians chegasse tão longe no campeonato. E todos sabem quem é o responsável por construir essa união: Tite.

Tite é um dos vários heróis do quase certo hexacampeonato
De revolucionário no início do ano a técnico teimoso e apático no auge da crise, Adenor manteve-se fiel às suas convicções. Não se abateu, recebeu a confiança do clube e dos jogadores, e mais uma vez, forjou um time de onde não existia nada. Foi corajoso ao escolher a eliminação na Copa do Brasil e privilegiar o Brasileiro, quando a nossa frente na tabela ainda era tímida. Teve estrela ao escolher substitutos aos titulares que se lesionavam - e não foram poucos. Foi coerente e elegante, como só Tite sabe ser, ao refutar críticas dos que apontavam o Corinthians como um time eficiente, mas que jogava feio!

Quem diria que esse mesmo Tite, tão criticado pela sua obsessão em ser eficiente, levaria um Corinthians tão questionado a ser o melhor time do Brasileirão em TODOS os quesitos - fato inédito na história do campeonato?

Nada mais resta aos antis. Todos os argumentos contra nosso mérito caíram, um a um: futebol feio, erros de arbitragem, complôs malucos. A nós, nada mais resta também: o hexa vem, e é questão de tempo!

Esse time não merece nada menos que isso: cresceu no campeonato na hora certa, não deu chances para o azar e passou por todos os obstáculos com uma frieza digna de campeão. Quem questiona o hexa do Corinthians, ou não conhece futebol, ou é mal intencionado.

Quem diria que seria possível sentir mais orgulho ainda de ser corinthiano?



FICHA TÉCNICA: ATLÉTICO-MG 0X3 CORINTHIANS
Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG)
Data: 1º de novembro de 2015, domingo
Horário: 17h (de Brasília)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (SC)
Assistentes: Kléber Lúcio Gil (SC) e Fabrício Vilarinho da Silva (GO)
Público: 21.798 torcedores
Renda: R$ 1.605.755,00
Cartão amarelo: Leandro Donizete (Atlético-MG)
Gols: Malcom, aos 22 minutos do segundo tempo, e Vagner Love, aos 29 minutos do segundo tempo, e Lucca, aos 39 minutos do segundo tempo

ATLÉTICO-MG: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Edcarlos e Douglas Santos; Leandro Donizete (Cárdenas) e Rafael Carioca; Luan, Giovanni Augusto (Thiago Ribeiro) e Dátolo; Lucas Pratto
Técnico: Levir Culpi

CORINTHIANS: Cássio; Edílson, Felipe, Gil e Guilherme Arana; Ralf, Rodriguinho (Cristian), Jadson, Renato Augusto e Malcom (Lucca); Vagner Love (Romero)
Técnico: Tite

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