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sábado, 30 de maio de 2015

Que nesse domingo, a alma do Corinthians volte a campo


Faz uns quatro meses que não escrevo no blog. Os motivos são (muito) variados (mesmo), desde minha rotina de trabalho e faculdade, até a falta de parceiros que ajudem nas postagens, passando por - admito - um pouco de falta de pique com o Corinthians.

Vocês terão de concordar comigo: nosso time viveu uma montanha-russa de emoções desde fevereiro! Desde aquele 4x0 contra o Once Caldas, que parecia desenhar uma redenção digna de novela para Emerson Sheik... passando por outros jogos épicos, como os 2x0 contra o São Paulo na fase de grupos. Um Paulista jogado por reservas, uma invencibilidade que foi se esticando... unanimidades sendo criadas... saltos ficando cada vez mais altos. Até o ápice, contra o Danubio.

Corinthians 4x0 Danubio: o jogo que nos alçou ao posto de time a ser batido, digno de disputar uma Champions League (e ser semifinalista!!!), comparável ao Flamengo de Zico e outros times históricos. Confesso que eu mesmo caí, em parte, nessa babaquice. Achei que não havia o que temer. E levei essa ilusão adiante, me cegando às péssimas atuações que vieram em seguida - o empate contra o Santos, XV de Piracicaba... a vitória magra contra a Ponte Preta, e por fim o empate melancólico contra o San Lorenzo. Uma sequência preocupante, mas tudo parecia, na minha cabeça, preparação para os jogos mais importantes - que não eram, também, tão difíceis assim. Não para o Corinthians de Munique.

A ficha começou a cair, de verdade, contra o Palmeiras. Um jogo que, se não foi de todo ruim, terminou de forma trágica: uma eliminação em plena Arena Corinthians, contra o maior rival. Em seguida, a derrota para o São Paulo no Morumbi, a qual eu tive a coragem e cara-de-pau de achar boa por nos permitir pegar o Guarani nas oitavas. Se arrependimento matasse...

E em seguida, o próprio confronto contra o time paraguaio, o "adversário ideal" das oitavas. Pois bem, a camisa não pesou, a torcida em maior número muito menos. Eles souberam jogar, aproveitaram nossa inacreditável apatia e enfiaram 2x0 sem dó. Custei a acreditar no que via. Custei a entender como uma equipe daquelas teve a coragem de nos vencer com tamanha autoridade. E ainda custo a entender até hoje. Fui, moralmente, atropelado. E não me levantei do asfalto até agora.

Guarani, o nanico paraguaio que engoliu o gigante Corinthians (Foto: Reprodução / Trivela)
O resto, vocês sabem. Vitórias no Brasileiro que não enganam ninguém, uma eliminação (mais uma!) patética em casa, e agora, além do #TolimaDay, temos o #GuaraniDay, pra delírio dos rivais. Aquele lá, que nunca mais ririam de nós, segundo o nosso eterno presidente, hoje deputado federal e superintendente de futebol, Andres Sanchez, afirmou em 2007 após o rebaixamento. Nunca mais, né Andres? Sei.

Some-se a isso uma diretoria que não parece ter um norte definido na gestão; uma torcida que cada vez mais se divide e parece, a cada temporada, menos apaixonada e interessada no que o Corinthians representa para todos nós; uma Arena que (ainda) não consegue ser o caldeirão que o Pacaembu era, nas horas necessárias; e jogadores que parecem se importar cada vez menos com o que falam. As mudanças de discurso de Guerrero foram exemplo disso: em abril ele não jogaria em nenhum clube do Brasil fora o Corinthians; em maio, o "raio de exclusão" passou a ser o Estado de São Paulo - bem na época em que o interesse do Flamengo surgiu, se desenvolveu e se concretizou. Tudo isso por alguns milhões a mais ou a menos.

Devíamos viver uma temporada de congraçamento, mas o que presencio, no meio da temporada, é uma crise que beira a falência moral. Nada explica ou justifica 100% essa situação. A Arena é, no papel, funcional - por mais que a atual política de ingressos gere uma exclusão desnecessária e quase criminosa dos torcedores, e por mais que até hoje os naming rights não tenham sido negociados. O fato é que ela está de pé, e está sendo usada e gera receitas. Nosso time, se não se compara a um elenco europeu, é no mínimo competitivo - bem mais que os jogos contra o Guarani demonstraram. A falta de salários pode ter influenciado na drástica queda de rendimento, mas o que me aflige de verdade é não saber se essa influência é inconsciente para o atleta, ou se eles tiraram um pouco o pé por retaliação. Não sei, nunca vou saber, e não irei especular.

Em resumo, amigos: fui levado do céu ao inferno pelo Corinthians. Como tudo nesse time é muito intenso, e acabamos por viver o ápice da temporada em abril, a queda foi feia... e escancarou muita coisa que estava encoberta pela "mágica" das variações táticas do Tite pós-Europa. Esse clássico, contra o Palmeiras, pode nos dizer muito sobre o que esperar, de verdade, do nosso time. Mais do que isso: acredito que esse Derby deverá dizer ao próprio Corinthians o que ele pode esperar da temporada. A minha confiança de outrora em uma campanha digna se transformou em um conformado "o que vier está bom".

A única coisa que não aceito, de verdade, é que os 11 atletas que entram em campo defendendo nossa camisa continuem agindo como se esse clube, o clube que tanto amamos, fosse apenas mais um. Eu quero acreditar que nosso Sport Club Corinthians Paulista possui uma história e um legado a ser defendido. E isso deve ser cobrado! Não importa se o atleta é campeão mundial ou recém-promovido. Se defende o Corinthians, deve entrar em cada dividida como se não houvesse amanhã - por mais que nem sempre a contrapartida da cartolagem alvinegra venha a contento.

Temos um Derby pela frente, jogadores. Coloquem o coração em campo! Resgatem a alma desse time, seja lá onde ela foi parar. É só disso que precisamos: raça, coração e vontade de vencer. Confiamos em vocês!

VAI CORINTHIANS!

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