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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Um retrato do Carille de 2019

Segunda passagem de Fábio Carille está bem diferente da primeira. (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)


Depois de alguns meses na Arábia Saudita, o treinador Fábio Carille voltou ao comando do Corinthians para a temporada de 2019 com muito prestígio.

Não à toa: a maioria dos bons momentos de 2018 e a ótima temporada de 2017 foram sob seu comando.

Porém, nem tudo são flores: diversos fatos fizeram com que a relação dele com a torcida, elenco, diretoria, agentes e estafes do clube fosse minada.

Vamos dissecar a situação de Fábio Carille em 2019 para entendermos melhor a situação.

Estilo de Jogo
Estilo de jogo de Carille é o ponto mais criticado pela torcida e mídia. (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)
Quem acompanha sabe que o estilo de jogo pregado por Fábio Carille é reativo. Para funcionar, o ataque precisa otimizar as poucas chances que tem e a defesa deve manter-se sólida para sofrer poucos gols.

Esse ano, não tem dado certo. O time não consegue marcar gols e, apesar de ter uma das melhores defesas do campeonato, tem deixado muito a desejar no quesito defensivo.

No último dia 16, completaram-se 60 dias sem uma vitória por dois ou mais gols de diferença. A última foi contra o Botafogo, no dia 17/08/2019, em jogo válido pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. De lá pra cá, já foram quinze jogos, sendo que em cinco deles o Corinthians conseguiu marcar dois gols. O problema é que, em jogos em que o ataque tem uma atuação boa, a defesa, não. E vice-versa. Isso sem contar, é claro, quando nenhum dos dois setores atua bem.

A Fiel Torcida e, principalmente, a mídia parecem ter se cansado desse estilo de jogo. Mesmo conseguindo pontuar, toda partida há críticas à equipe alvinegra.

O próprio treinador reconhece que a situação há de melhorar. Em junho, após a derrota por 1x0 para o Santos, ele disse: "Estamos com essa dificuldade desde o começo do ano, a busca por ofensividade. Vou trabalhar isso". Porém, já estamos em outubro e a situação não mudou - é o pior ataque do "G-4" e o segundo pior do "G-6". Mais recentemente, o próprio admitiu que está com problemas na parte ofensiva e foi extremamente sincero ao dizer que o time 'não fez 10 partidas boas no ano' e que 'não entende como a equipe está em quarto lugar no Brasileirão'.

Péssimas escolhas
 
Mesmo com boas atuações, Mauro Boselli ainda é preterido por Fábio Carille. (Foto: Djalma Vassão / Gazeta Press)
Uma das principais críticas da torcida ao treinador de 46 anos são as suas escolhas. Apelidado de “paneleiro”, a insistência em jogadores como Clayson, Manoel, Ramiro e Vagner Love “dá nos nervos” da torcida. Além disso, manter jogadores como Mauro Boselli e Mateus Vital no banco são pontos criticados.

Nas substituições, também é criticado: insiste em colocar Jadson, Gustagol e outros em momentos e escolhas táticas ruins, que mostram que ele está absolutamente perdido no comando da equipe.


Declarações polêmicas
Polêmico, Carille de 2019 parece estar perdido. (Foto: Reprodução)
Muito mais sincero nessa segunda passagem, Carille tem dito coisas que desagradam algumas pessoas do clube.

Declarações sobre o péssimo rendimento do time em campo, críticas à "falta de profundidade" do elenco, revelar pedidos falhos de contratações e etc., não pegaram bem nos bastidores: segundo apurado por Vessoni no blog do "Meu Timão", dirigentes, agentes, estafes e jogadores do clube as consideram 'desnecessárias'. 

Todos admitem que o elenco do Corinthians é, realmente, limitado. Porém, é necessário lembrar que Carille declarou no início do ano que estava satisfeito com o elenco e ainda disse que a responsabilidade agora era dele e de sua comissão. Pouco depois, disse que era o elenco mais equilibrado que ele já comandou. Dez meses depois, o treinador tornou-se o maior crítico de seu elenco. Elenco cujo o mesmo e sua comissão planejaram, oras. 

A principal declaração que causou desconforto no elenco foi após a derrota para o Independiente del Valle por 2 a 0 em Itaquera pela Sul-Americana: "Um jogo de imposição física, de ‘nego malandro’, a gente com muito menino em campo, que tem que entrar em campo para aprender. Dificuldade do Pedrinho, Mateus Vital, marcação forte, jogo de Sul-Americana". Vale pontuar: a média de idade dos titulares da equipe equatoriana naquele jogo era de 26,1 anos, contra 28,3 do Corinthians. 

O diretor de futebol Duílio Monteiro Alves também é um dos incomodados. Em entrevista após declaração de Carille dizendo que pediu jogadores como Gabigol e Rodriguinho, afirmou que o time está "sem jogar um bom futebol" e que o treinador tem que pensar "em quem está aqui". 

A questão do rendimento é ainda pior. Mesmo após 'comemorar' ainda em fevereiro o fato de ter encontrado o esquema tático ideal, Carille já fez declarações sobre a atuação da equipe diversas vezes. 

Completamente perdido, o treinador tricampeão paulista parece atirar para todos os lados para tentar justificar a situação ruim que vive no clube.

Conclusão
Treinador de 34 anos, Miguel Ángel Ramírez deu um 'nó tático' em Carille. (Foto: Rahel Patrasso / Reuters)
Mesmo com todos os problemas que a equipe vive, ainda estamos em quarto no Brasileirão com chances reais de classificarmos à Libertadores. Muita coisa há de se mudar para o ano que vem, mas agora não é hora de pensarmos nisso. Nosso foco deve ser a classificação para a competição continental mais importante e pensarmos um 2020 após isso. Pelo andar da carruagem, a melhor decisão que a diretoria pode tomar é disputar a temporada do próximo ano com outro treinador. Nomes como Sylvinho, Leonardo Jardim e Tiago Nunes já foram vinculados ao clube. Para mim, outros bons nomes seriam de Sebastián Beccacece (Independiente), Eduardo Coudet (Racing), Ariel Holan e Miguel Ángel Ramírez (Independiente del Valle).

E você? O que acha? Comente!

PS.: depois de quase 10 meses sem textos, voltamos à ativa. Nos acompanhe que muitas coisas virão por aí. 

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