Últimas

LightBlog

sábado, 11 de novembro de 2017

Nada como o tempo, Matheus Vidotto

Revolta do agora 4º goleiro corinthiano pode ter sido seu ponto final no clube (Foto: Daniel Augusto Jr.)
Hoje, enquanto o Corinthians (e a torcida, por tabela) se preparavam para a partida de logo mais, contra o Avaí - que pode nos colocar um pouco mais perto do heptacampeonato brasileiro, uma notícia pegou a todos de surpresa: o goleiro Matheus Vidotto foi afastado do elenco pela diretoria.

O motivo? Simples: após a lesão de Walter, ocorrida no jogo contra o Atlético-PR, e devido à presença de Cássio na Seleção Brasileira, o Corinthians teve que recorrer a um de seus jovens goleiros para enfrentar a equipe catarinense. E o escolhido foi Caíque França, de 22 anos - preterindo, assim, Vidotto, de 24 anos.

Tal fato teria revoltado Matheus, que como resposta, rebelou-se, avisando que se não fosse relacionado como titular para a partida de hoje, preferia ser negociado para outro clube. Assim, como medida medida disciplinar, foi decidido que ele não só não será titular como sequer ficará no banco de reservas, que será ocupado por Felipe, de 19 anos, titular da equipe nas duas últimas edições da Copa São Paulo.

Matheus Vidotto já havia demonstrado na última quarta-feira que se considerava o terceiro goleiro, independente do que a comissão técnica pudesse achar. Quando Walter cai após bater o tiro de meta, ao invés de permanecer treinando (como Caíque fez), ele colocou as luvas e se dirigiu para o lado de Fábio Carille, talvez para receber as instruções. No entanto, o escolhido para substituir Walter foi Caíque, e Vidotto volta para o banco de reservas.

Nunca saberemos o que houve entre a noite de quarta-feira e este sábado, para fazer Vidotto tomar a atitude extrema (e totalmente injustificada) de exigir a titularidade, como se a mesma fosse uma senha de banco onde há uma ordem estabelecida e nada é capaz de mudá-la. O que se sabe muito bem, no entanto, são duas coisas: a primeira é que, em janeiro, o goleiro abriu mão de parte da pré-temporada para tirar seu passaporte italiano, ao contrário de Caíque, que escolheu embarcar para a Flórida junto com o resto do elenco. E a segunda, é que esse rapaz tem uma visão de mundo bem conhecida de todos nós. E sabemos disso muito bem graças aos posicionamentos políticos e ideológicos que o goleiro compartilhou, com afinco, nas suas redes sociais, especialmente ano passado. Vamos relembrar?
Prints de posts do perfil de Vidotto, de 2016, apagados posteriormente (Fonte: Reprodução / Meu Timão)

Prints de posts do perfil de Vidotto, de 2016, apagados posteriormente (Fonte: Reprodução / Meu Timão)
Não é de se estranhar que uma pessoa com essa índole realmente se achasse acima do seu colega Caíque, de tal modo que seria impossível a comissão técnica considerá-lo a terceira opção para o gol, em seu lugar. Não, jamais! Ele, Matheus, era o dono dessa vaga e pronto. aparentemente, nem mesmo os anos de convivência com Tite, pregador fiel da meritocracia, foram capazes de mostrar ao jovem de 24 anos que, no mundo real, você deve fazer por merecer cada conquista. A cada dia. E que nada é "seu" porque você quer que seja.

Coincidência ou não, é curioso que mais um jogador que havia mostrado simpatia ou declarado apoio a Bolsonaro tenha perdido espaço em sua equipe. Primeiro, foi Felipe Melo, no Palmeiras. Depois, Jadson, que nunca mais rendeu como antes depois do lamentável episódio envolvendo o político. E agora, Matheus Vidotto, que a depender do andamento das coisas pode acabar indo embora do Corinthians.

E assim, mais de um ano depois, que provavelmente devem ter sido recheados de demonstrações de descompromisso por parte do rapaz - ninguém é preterido por um atleta menos experiente à toa -, o Corinthians poderá enfim negociar um de seus atletas cuja ideologia mais bate de frente com o que a instituição Corinthians sempre defendeu. E que Matheus Vidotto siga sua vida, "expressar suas opiniões livremente", no clube que aceitá-lo depois dessa crise histérica.

Nada como o tempo!

Um comentário:

  1. Uma pena Daniel Keppler. Perdeu a chance de fazer uma grande matéria, buscando fatos verdadeiros e não colocando a frente sua opção política e social.

    ResponderExcluir